Governo do Estado atende MTST após 3 h de protesto e 17 km de filas na Régis

Adilson Oliveira, no km 279 da Régis Bittencourt, em Embu das Artes

Cerca de 500 integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) bloquearam nesta terça-feira, dia 4, a rodovia Régis Bittencourt no km 279, em Embu das Artes, nos dois sentidos, e só saíram após a Secretaria Estadual de Habitação atender a exigência de marcar reunião para discutir reivindicações dos manifestantes, depois de quase três horas de espera de pessoas presas em congestionamento de 17 km apenas na BR-116.

Sem-teto do MTST fazem bloqueio no km 279 da Régis Bittencourt nas duas pistas com barricadas de fogo

O MTST justificou o ato pela demora da CDHU (companhia habitacional estadual) de cumprir compromisso de desmembramento da área de mata no Parque Pirajuçara, de que é proprietária e que é ocupada por 2.800 famílias. O órgão definiu erguer 1.200 moradias populares em 1/3 do terreno de 450 mil m2, mas o projeto está suspenso devido a ação judicial movida por ambientalistas da cidade que querem a área integral como parque.

Congestionamento de 11 km no sentido SP da Régis por volta das 18h, no rush, devido ao protesto, que causou 6 km em direção a Curitiba

“A saída do impasse é desmembrar o terreno, a parte de mata se tornar uma matrícula, e a área já desmatada, onde está o acampamento, ser outra, que viabilizaria o projeto habitacional”, disse o coordenador do MTST Guilherme Boulos. O movimento visa, porém, atender o dobro de famílias, com prédios de oito andares, e não quatro. “O nosso intuito é garantir a máxima utilização para atender o déficit habitacional da cidade e região”, afirmou.

A coordenação do MTST disse que resolveu ainda realizar o ato depois de apresentar lista com 670 famílias “em situação de maior vulnerabilidade” para receber auxílio-moradia e a CDHU afirmar só aceitar conceder 200 bolsas. A companhia informou ter apresentado a proposta de atender 400 famílias e que foi recusada. A reunião negociada para discussão das reivindicações acontece na terça-feira, dia 11, às 11h, na CDHU, em São Paulo.

O ato teve ainda o objetivo de pressionar o governo federal pelo início imediato do empreendimento João Cândido, no Jardim Salete, às margens da rodovia, em Taboão da Serra, que deverá atender 896 famílias do MTST. “O terreno já está liberado, poderíamos começar a construção de 900 apartamentos, mas a obra não se inicia por burocracia da Caixa Econômica Federal, que está criando dificuldades”, afirmou Boulos. O banco financiador não se pronunciou.

TRÂNSITO

Os sem-teto incendiaram pneus, madeiras e até sofás na Régis e fecharam o Rodoanel, que teve 18 km de fila. A Polícia Rodoviária Federal pediu a liberação de uma faixa, mas o MTST não atendeu. Com as barricadas, a PM não tentou retirar o grupo. A via ficou bloqueada entre 17h e 19h40. “Fechamos a rodovia por mais de duas horas, São Paulo está parada, conseguimos a reunião, nosso ato foi um sucesso”, falou Boulos aos militantes.

0 comentário em “Governo do Estado atende MTST após 3 h de protesto e 17 km de filas na Régis”

  1. Puxa vida, enquanto o governo atender esse tipo de manifestação, elas continuarão, e quem vai pagar todas essas casas é o trabalhador. Que droga.

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