Abertura de CRAS na Kizaemon Takeuti justifica fim de convênio com Solar dos Unidos, diz secretária

Por Allan dos Reis, no Jardim Helena

A Câmara de Taboão da Serra realizou na sexta-feira (9) audiência pública para discutir a rescisão do contrato entre a Prefeitura Municipal e a Ong Solar dos Unidos, ato que fez os vereadores governistas atacarem o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) durante a última sessão.

Representando o governo, a secretária de assistência social Arlete Silva participou da audiência e justificou – com termos técnicos – as motivações para o fim da parceria com a instituição, que atende 175 crianças e adolescentes.

Vereadores e servidores da assistência social falam sobre trabalho da pasta e corte de convênio com ONG.
Vereadores e servidores da assistência social falam sobre trabalho da pasta e corte de convênio com ONG.

“O Solar [dos Unidos] presta um serviço de excelência. Tem profissionais de primeira linha. A situação é que ao fazer o convênio [em dezembro de 2017] o CRAS não tinha perna para tocar. Hoje já temos. Não aconteceu antes porque não tínhamos CRAS”, diz Artele.

Ela se refere ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) que deve ser inaugurado nos próximos meses na Estrada Kizaemon Takeuti e terá como papel executar esse trabalho de fortalecimento de vínculos exercido pela instituição.

Com a questão técnica – aparentemente – resolvida, coube aos vereadores manterem as críticas ao prefeito na parte política. O vereador Marcos Paulo (PPS) voltou a fazer críticas à gestão.

“Por que tirar as crianças do Solar, que estão próximas [de casa] e acostumadas. Não vejo necessidade de abrir um novo Cras e penalizar a ONG. […] Se houver vontade política do prefeito Fernando Fernandes vai manter o Solar dos Unidos”, reclamou Paulinho.

A presidente da Câmara Joice Silva (PTB) aceitou as questões técnicas e apresentou uma proposta. Que todos os vereadores da base descessem até a Prefeitura para conversar com o mandatário.

“Já entendi que a abertura do CRAS é uma lei. A população merece. Mas o Solar não pode ser cortado por isso. É uma discussão de assistência social. É uma discussão de 12 vereadores da base com o prefeito. A minha proposta é trabalhar para derrubar essa proposta com o prefeito. Vamos terminar aqui e ir até o prefeito”, pediu Joice.

Arlete Silva diz que fim de convênio está relacionado a abertura de um CRAS naquela região.
Arlete Silva diz que fim de convênio está relacionado a abertura de um CRAS naquela região.

Pais de alunos da instituição também participaram e reforçaram o pedido para que o convênio seja mantido. O coordenador pedagógico André reforça a qualidade no atendimento do Solar e afirma. “Estamos exercendo o nosso papel e defendendo as crianças e adolescentes”, diz.

Presidente da comissão, o vereador Eduardo Nóbrega (PSDB) diz ter ficado satisfeito com o resultado. “Havia nos bastidores de que houvesse questões políticas no encerramento do convênio. Foi uma audiência que acertou o esclarecimento do motivo que levou o governo a rescindir o contrato com a ONG, que foi a implementação de um novo CRAS na região e o governo tomou essa decisão de romper. Feito o esclarecimento técnico, a comissão cumpriu a sua missão. […] Agora fica a questão política a ser debatida”, diz.

Presidente de honra da instituição, o vereador Professor Moreira (PSD) não gostou da versão apresentada pela secretária.

“Com todo respeito que tenho a secretária Arlete Silva, mas ela veio cumprir o papel do governo e aproveitou a oportunidade para explicar o funcionamento da secretaria como um todo e deixou na última parte o que acontece no Solar dos Unidos”, diz Moreira.

Ele diz que tudo está relacionado a questão política. “Por conta da relação política que tem o prefeito, e talvez mais algumas pessoas ligadas a ele, apenas com esse vereador é que está levando a essas condições de encerramento do trabalho”, completou.

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