Apoio a Marin, acusado de incitar ditadores contra jornalista, continua na pauta de votação da Câmara

Por Allan dos Reis, da Redação

Os vereadores Eduardo Nóbrega (PR) e a Joice Silva (PTB), presidente e vice da Câmara de Taboão da Serra, mantém na pauta de votação desta terça (dia 4), o requerimento que dá apoio a José Maria Marin, que é acusado de ser um dos colaboradores da ditadura e ter incitado os militares contra o jornalista e diretor da TV Cultura, à época, que acabou sendo morto em 1975 após tortura na sede do DOI-Codi em São Paulo. O documento está para ser votado desde o dia 30 de Abril, mas sofre forte resistência de outros políticos que não querem ver seus nomes ligados a esse caso.

Apesar do presidente dizer em tribuna que aderiu a proposta da vereadora Joice apenas “no campo desportivo”, já que Marin é presidente da CBF, o requerimento é bem claro e cita – segundo esses vereadores – as “tentativas infundadas de vinculá-lo à morte do jornalista Wladimir Herzog, diretor de cultura à época dos fatos”.

José Maria Marin recebe apoio de Joice Silva e Eduardo Nóbrega, que tentam aprovar moção de apoio desqualificando denúncia da época da ditadura militar. (Fotos: Agência EFE e Câmara de Taboão da Serra)

Aliás, desde as primeiras denúncias contra o mandatário da CBF surgiram gravações e documentos e dá mais sustentação a denúncia.

Reprodução do Blog do Juca Kfouri

Um dos militantes do PSOL, José Afonso da Silva criticou a proposta da Câmara e teve até o seu artigo publicado no blog do conceituado jornalista Juca Kfouri. “Se os vereadores votarem favorável nesta terça-feira ao Requerimento que propõe apoio a José Maria Marin, Taboão da Serra também ficará conhecida nacionalmente por dar guarida a um político corrupto, agente da ditadura militar e co-responsável pelo assassinato de jornalistas”, diz trecho do artigo.

Curiosamente desde que a moção de apoio entrou na pauta, os vereadores deixaram de votar outros requerimentos importantes. A tentativa é colocar o polêmico requerimento em bloco e fazer com que seja aprovado por unanimidade. Assim, claro, não é possível nomear quem foram os camaristas que votaram a favor de Marin.

CÂMARA DE SP CONVIDA MARIN A PRESTAR ESCLARECIMENTOS

Muito diferente da proposta de dois vereadores de Taboão, a Câmara de São Paulo fez um convite através da Comissão da Verdade (criada para promover esclarecimentos em relação às graves violações dos direitos humanos durante o período do regime militar) para que José Maria Marin preste “esclarecimentos sobre o mandato exercido (…) como deputado estadual na década de 70” no dia 11 de Junho. [Veja aqui o convite]

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0 comentário em “Apoio a Marin, acusado de incitar ditadores contra jornalista, continua na pauta de votação da Câmara”

  1. Acusado de participar na ditadura?É comprovado.
    Só de cogitarem esse apoio ao Marim,já me causa enorme vergonha.Nisso aí tem algum interesse, será na área esportiva?

  2. ABSURDO! Mais uma vez a Câmara Municipal mostra-se despreparada. Vereadores não conhecem a história. Uma vergonha. O Presidente Eduardo ainda fala que a atual legislatura está resgatando moralmente o Legislativo frente aos desmandos do passado. Não sabe de nada – quer homenagear o José Maria Marin. Só em Taboão da Serra mesmo… Vergonha, vergonha, vergonha.

  3. QUE COISA INOVADORA….
    SENHORES VEREADORES…APLAUSOS A VCS, SENHOR EDUARDO NOBREGA LEIA MAS A BIBLÍA JA QUE SE CAMUFLOU ATRÁS DELA PARA ESTAR AI NESSA CADEIRA…LUGAR ONDE SEU PAI JA NÃO PODE MAS ESTAR NÉ..SERÁ PQ?…..
    E SENHORA JOICE BUSQUE ENTENDIMENTO PQ ALÉM DE VC APOIAR O ERRO AINDA VIVE NO ERRADO….
    TB OQUE ESPERAMOS DE FILHOS DE 2 PESSOAS FRACASSADAS NA POLITICA TIVERAM QUE POR SEUS FILHOS PARA CONTINUAR MAMANDO….
    LAMENTAVÉL OS VERDADEIROS EVANGÉLICOS ESTÃO DE OLHO EM VCS…..E PODE TER CERTEZA VCS NÃO VOLTARAM MAS A SENTAR NESSAS CADEIRAS…
    MOSTREM O QUE TEM FEITO PELA CIDADE????? SERÁ UM BOM COMEÇO….PQ ATE AGORA NÃO VEJO NADA……

  4. Coisas importantes para votar são postas de lado, inutilidades são dadas ênfase até o fim do mandato. Se não existissem políticos, o país nem precisaria de leis.

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