ARTIGO: Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade

Por Ligia Lopes Amaral Frizanco*

O Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade é um dos distúrbios relacionado a dificuldade de aprendizagem de crianças no ambiente escolar, por isso é um dos mais antigos objetos de estudo e engloba diversas áreas de conhecimento, tais como pediatria, psicologia, educação entre outros.

Este transtorno caracteriza-se por três fatores importantes que são observados no indivíduo, são elas, a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade. Mas nem sempre, os sintomas apresentados determinam os transtornos, isso porque a criança pode estar passando por problemas externos, no ambiente familiar ou social, e externa o que esta sentindo em forma de dificuldade.

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O transtorno de déficit de atenção é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento mais comum na fase infantil, ele se caracteriza pela desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade, elas afetam o humor, a ansiedade e, consequentemente o comportamento da criança no espaço escolar. (REGALLA et. al, 2007).

Sendo assim, os principais sintomas da tríade serão descritas isoladamente:

Desatenção: dificuldade em prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido nas atividades escolares e/ou de trabalho; dificuldade em manter a atenção durante atividades lúdicas ou tarefas; desatento quando é chamado por outro indivíduo; não seguir instruções domésticas, escolares ou profissionais, ou não termina-las; dificuldade com organização de tarefas e atividades; evitar envolver-se em tarefas com exigência de esforço mental; perder informações ou coisas necessárias para realização de tarefas ou atividades; distração por estímulos alheios à tarefa e esquecimentos em atividades diárias.

Hiperatividade: mãos ou pés agitados, hábito de remexer na cadeira; Não conseguir ficar sentado por muito tempo no ambiente escolar, quando se espera que o aluno fique sentado; movimentar-se demasiadamente, como correr escalar, em locais e situações inapropriados; dificuldade em brincar ou envolver-se silenciosamente nas atividades de lazer; e falar em demasia.

Impulsividade: responder precipitadamente, antes que a pergunta é concluída; dificuldade em esperar a sua vez frequentemente; e interromper ou se meter em assuntos alheios com frequência.

Os critérios para diagnóstico foram estabelecidos no DSM-5 (manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais) e as pistas que indicam se tais dificuldades encontradas no desenvolvimento da criança caracterizam como TDAH estão na “duração dos sintomas de desatenção e/ou de hiperatividade/impulsividade”, ainda relacionam-se com a frequência e intensidade desses sintomas, ou a persistência dos sintomas varias vezes e em vários locais. Outros fatores que caracterizam o transtorno ocorrem quando esses sintomas causam prejuízo significativo clinicamente. (ROHDE, et. al. 2000, p.7)

O profissional que vai buscar diagnosticar deve atentar-se ao significado de cada sintoma, não apenas listando, mas investigando-os individualmente, a fim de concluir como surgiram tais dificuldades na vida da criança. Dessa forma, o diagnostico é fundamentalmente clínico através da avaliação neurológica, testagem psicológica e encaminhamento de escalas objetivas escolares.

Os pais e professores são essenciais no processo de diagnóstico da criança, isso porque eles contribuem ao informar o comportamento detalhado da criança no ambiente familiar, tendo em vista que a criança que tem o TDAH irá apresentar os sintomas em quaisquer lugares de convivência, bem como em qualquer tempo. (CAPELLINI, et. al. 2007).

O TDAH apresenta-se da seguinte forma: predomínio dos sintomas de desatenção; predomínio dos sintomas de hiperatividade/impulsividade; TDAH combinado. O tratamento desses transtornos se dá pela abordagem múltipla de intervenção. No âmbito escolar a intervenção é igualmente importante, e está sob a responsabilidade de um psicopedagogo ou neuropsicólogo.

Dessa forma, entende-se que a escola, é o segundo lugar, depois do ambiente familiar capaz de investigar o transtorno num determinado aluno, bem como também proporcionar o desenvolvimento pleno deste aluno, mas para isso, o ambiente escolar deve favorecer para que o profissional desenvolva sua tarefa com mais eficácia.

Também não se pode deixar de valorizar e incentivar que tal criança também seja observada, avaliada, atendida e tratada pelos demais campos de conhecimento, tornando o processo ainda mais eficiente unindo a multiplicidade dos conhecimentos para o desenvolvimento desta criança.


* Graduada em Pedagogia, pós-graduada em Psicopedagogia Clinica e Institucional, Educação Especial e mestranda em educação. Atua como Psicopedagoga Clínica no Espaço Terapêutico Viva Bem, fundadora do Centro de Educação Infantil Aprendiz e da Educar Núcleo de Educação e Cultura, professora universitária.

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