Com crescimento populacional vertiginoso, Taboão da Serra chega aos 60 anos

Por Allan dos Reis, na redação

Nascido no dia 19 de fevereiro de 1959, após um processo de emancipação político-administrativo, o município de Taboão da Serra completa 60 anos. Com apenas 20 km² e população superior a 285 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE, a cidade tem a maior densidade demográfica do país, que é a divisão do número de habitantes por km², dados que devem ser ratificados no próximo Censo de 2020.

Rodovia Régis Bittencourt divide o município em dois e é a principal via que liga Taboão e os municípios da região a São Paulo. (Foto: Ricardo Vaz / PMTS)

No início da década de 70, a população taboanense começou seu crescimento vertiginoso. Em menos de uma década, sua população aumento em quase 500%, passando de pouco mais de 7 mil nos anos 60 para quase 50 mil. Ainda na década de 80 não chegava a 100 mil habitantes. Com ocupações e a verticalização a partir dos anos 90, Taboão da Serra viu sua população crescer vertinosamente. Em 2000, eram quase 198 mil moradores e nos próximos anos ultrapassaremos a marca dos 300 mil habitantes.

Consequência disto é o trânsito, cada dia mais caótico. A principal via, que é a Rodovia Régis Bittencourt, que divide Taboão da Serra, é congestionada nos horários de picos, na parte da manhã e no fim da tarde.

Outro problema que marca a história do município são as grandes enchentes. Ao longo dos anos foram construídos piscinões nos córregos Poá, Pirajuçara e João Cachoeira. Recentemente, um ‘córrego linear’ amenizou as constantes enchentes na região central.

EM 60 ANOS, APENAS 8 PREFEITOS

Desde sua emancipação em 1959, Taboão da Serra teve apenas 8 prefeito, sendo o atual, Fernando Fernandes, do PSDB, com maior número de mandatos. Esse é o seu quarto mandato.

O principal cartão postal de Taboão da Serra, a Praça Nicola Vivilechio na década de 80. (Foto: Acervo da Prefeitura de Taboão da Serra)

O primeiro prefeito foi Nicola Vivilechio (1960-1963), seguido por Laurita Ortega Mari (1964 a 1968), a única mulher a comandar nosso município. Depois vieram Ary Dáu (1969 a 1973) e Oswaldo Cesário de Oliveira (1974-1976). Nas gestões seguintes, Armando Andrade (1977 a 1982 e 1989 a 1992) e Vicente Buscarini (1983 a 1988 e 1993 a 1996) se revezaram no poder. Foram dois mandatos para cada um.

Com a permissão da reeleição, Fernando Fernandes cumpriu sua primeira passagem de 1997 a 2004. Evilásio Farias o sucedeu e cumpriu também dois mandatos, de 2005 a 2012. De 2013 para cá, Fernandes está no poder.

TABOÃO: A ORIGEM

De acordo com o livro Taboão da Serra: profundas raízes [2017], a origem do nome do município está ligada a um capim do brejo chamado “Taboa”, que havia na divisa com o município de São Paulo. A historiadora Maria Candida Delgado Reis, autora da obra, é categórica em defender essa tese.

“Os registros que a gente encontrou, é chamar já Taboão no século 18. Quando a gente esteve no arquivo e começou a trabalhar, a gente começou a perceber o significado da cidade”, disse em entrevista ao Taboão em Foco em 2017.

Porém, outra vertente, encabeçada por Terezinha Heillmeister, filha de uma das emancipadoras, liga o nome do município às tábuas colocadas na divisa, que os moradores utilizavam para atravessar o brejo.

“O nome dele [da cidade] era Poá. E depois foi Taboão devido aquelas tábuas, não devido a planta. Não tinha a planta Taboa em Taboão. Com o tempo foi aparecendo. Era essa tábua. Os homens que levavam os cargueiros para o mercado, eles se reuniam naquela tábua. Eles falavam que era lá no ‘tabuão’, não havia planta”, diz Terezinha, em entrevista a Wladimir Raeder.

1 comentário em “Com crescimento populacional vertiginoso, Taboão da Serra chega aos 60 anos”

  1. Taboão da Serra é uma cidade que expressa uma riqueza nos seus números econômicos, mas sua realidade social é triste. Segundo o Seade no seu IPRS (índice paulista de responsabilidade social, 2015), nosso PIB gira em torno de R$ 8 bilhões, o orçamento público municipal passou de R$ 700.000.000,00 (Setecentos milhões de reais anuais, 2017), indústria é 27,5% de nossa economia, que teoricamente pagaria melhores salários, enquanto 72% é economia de serviços, todavia, nossa renda per capta é R$ 29.140 anuais, baixíssimo comparando com região metropolitana e estado de São Paulo, R$ 51.700 e R$ 45.065 respectivamente. Estamos marcados pela desigualdade, a crise econômica contribui com isso também, mas não só.
    A atual administração municipal do PSDB, é frágil no desenvolvimento de políticas públicas de enfoque social e isso tem reflexo nas condições de vida da população, como na dimensão longevidade da população, Taboão tem baixa expectativa de vida, visto que em 2012 era de 65 anos caindo para 63 em 2015, o estado de São Paulo e região metropolitana registra 70 anos. O que gera a má qualidade de vida na cidade? Uma das razões está no IFDM (índice Firjan de desenvolvimento municipal), no qual, Taboão ocupava em 2012 a posição nacional 558º e 102º entre os municípios de São Paulo em saúde pública, já em 2016 caiu para a posição 973º nacional e 199º estadual. Prefeitura diz que investe 32% do orçamento na saúde, mas em que parte, prédio não cura ninguém.
    Taboão precisa destravar!

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