Por Allan dos Reis, direto da redação
A decisão de Cuba de retirar os seus médicos do Brasil até o fim deste ano por não concordar com as diretrizes do presidente eleito Jair Bolsonaro, que assume em 1º de janeiro de 2019, vai culminar com a perda de cerca de 60 médicos nos municípios da região, que aderiram ao programa “Mais Médicos”.
Taboão da Serra, apesar de fazer parte do programa, não tem nenhum médico da ilha. Já os moradores dos outros municípios terão perdas significativas. Para tentar sanar, o Governo Federal publicou edital para suprir essa saída. São 20 médicos para Embu das Artes, 19 para Itapecerica da Serra e 15 para Embu-Guaçu. Os municípios de Juquitiba e São Lourenço da Serra vão tentar suprir a saída com a contratação de 4 e 2 médicos, respectivamente.
Para a secretária de saúde de Embu-Guaçu, Maria Dalva dos Santos a chegada dos médicos cubanos culminou com a redução de mortalidade infantil. “A gente fazia os concursos, mas pouca gente participava. Nossa rede virou realidade pelo programa. De 2016 pra 2017, nós tivemos uma redução de mortalidade infantil de 14% para 6%”, disse ao site El País.
A divergência, que culminou com a saída dos médicos, se deve ao fato do presidente eleito querer mudar o convênio do Programa, feito por meio da Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), em que 70% da remuneração dos médicos cubanos são destinados ao governo cubano.
Bolsonaro também exige que esses profissionais façam a Revalida, prova que médicos formados fora do país realizam para poder atuar no país, mas que não consta como critério no Mais Médicos.