Eleição do presidente da câmara emperra após “erro” em ata

Vereadores barram votação
Vereadores impedem votação da nova mesa-diretora

MesaA escolha do novo presidente da câmara e de toda mesa-diretora para o biênio 2011-12 ganhou mais um capítulo nesta terça-feira, dia 7. Com respaldo do regimento interno e uma falha muito esquisita, os vereadores mais experientes deram um baile nos novatos e conseguiram adiar a votação. Não constava na ata da sessão anterior a entrega da “pasta verde”, feita pelo vereador Olívio Nóbrega (PR) ao presidente da casa, José Luiz Eloi (PMDB), com documentos que comprovariam irregularidades da empresa Bonauto e um vereador do município.

A estratégia de alguns vereadores era prolongar as discussões até as 20 horas, prazo máximo para votação da mesa-diretora.

Então o vereador Nóbrega, profundo conhecedor do regimento interno, pediu o artigo 103 e parou a sessão por quase trinta minutos.

Na volta, às 19h16, a sessão reiniciou e o vereador Cido (DEM) pediu a palavra com base no artigo 102 e lhe foi negada pelo presidente, que chamou o ex-vereador e principal cabo eleitoral, Dr. Maurício André (DEM), para compor a mesa.

Foi quando o vereador Carlos Andrade (PV), que até o início da sessão pertencia ao ‘Grupo dos 7’, pediu que a ata foi lida integralmente.

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Leitura devagar, devagar, devagarinho

Com o cabelo tingido, o vereador Valter Paulo (PSB) lê pau-sa-da-men-te toda a ata. Destacando cada vírgula do texto.

Do outro lado, Valdevan Noventa (PDT), que era do ‘Grupo dos 6’ vai conversa com cada vereador do outro grupo.

Faltando 25 minutos do prazo limite para votação, Nóbrega se aproveitou do Artigo 125, parágrafo 4º, e discutiu com uma pessoa que estava acompanhando a sessão. Deixou no ar que alguém poderia ser agredido caso falasse mal de algum vereador e algum simpatizante comprasse a briga.

Tudo para esquentar ainda mais o clima no plenário da câmara.

Do outro lado. Os vereadores cabisbaixos. Viam o tempo passar e não tinham argumentos e nem conhecimento do regimento interno para barrar o vereador do PR.

Dr. Maurício
Dr. Maurício (em pé) vira cabo-eleitoral na sucessão do Eloi.

Depois foi a vez de o vereador Andrade ir à tribuna e atirar para todos os lados. Aproveitando a presença de moradores do Jardim Record, ele fez um daqueles discursos de levantar o público e disparou, ironicamente, contra a disputa pela presidência. “Às vezes a briga pelo pûder (sic) fala mais alto”.

Para terminar o tempo, o líder do governo, vereador Paulo Félix (PSDB), foi a tribuna e criticou a elaboração da ata e discursou a favor dos moradores do Jardim Record.

Não tinha jeito. O novo presidente não seria escolhido naquela sessão. Para comemorar, Félix puxa o coro: “O povo unido jamais será vencido”.

O relógio marca oito da noite. Os vereadores aprovam a ata da sessão anterior, com as correções, e fim da sessão.

Alguns minutos depois começa o foguetório pela não votação.

Por Allan dos Reis

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