Em longa sessão, Câmara aprova refinanciamento da dívida da Prefeitura com a TaboãoPrev; Marco Porta tenta CPI contra Aprígio

Por Gilmar Júnior, no Jardim Helena

Apesar da sessão ordinária realizada nesta terça-feira (11) não ter uma apresentação de denúncia contra o prefeito Fernando Fernandes (PSDB), conforme ocorria regularmente, a nenhum requerimento ou indicação foi apreciado, já que a base solicitou pedido de vistas. Por outro lado, um assunto em questão tomou conta da primeira parte dos trabalhos: a discussão sobre as assinaturas de um pedido de abertura de CEI (Comissão Especial de Inquérito) feita pelo vereador Marco Porta (PRB). E no fim dos trabalhos dois projetos em regime de urgência foram aprovados, sendo, entre eles, o reparcelamento da dívida do município com a Taboãoprev.

Câmara de Taboão tem mais uma sessão agitada. (Foto: Cynthia Gonçalves / CMTS)
Câmara de Taboão tem mais uma sessão agitada. (Foto: Cynthia Gonçalves / CMTS)

Como na sessão anterior os vereadores da base governista retiraram todos os requerimentos e indicações que estavam presentes no material de expediente ficando apenas os pedidos da oposição na pauta. Entretanto, nenhum foi votado, já que foi feito o pedido de vistas de todo o conteúdo dos vereadores Luiz Lune (PC do B), Luzia Aprígio (PSB) e Professor Moreira (PT).

A cada tentativa de leitura dos requerimentos, a vereadora Joice Silva (PTB) era interrompida por um pedido de vistas que a cada momento era feito por um vereador aliado ao governo. A ação ocorreu até o líder do governo, Eduardo Nóbrega (PR) solicitar um pedido de vistas de todos os requerimentos.“O pedido de vistas e requerimentos é para avaliarmos as indicações na pauta. As indicações são instrumentos que contribuem com o governo”, afirmou Nóbrega.

“Os vereadores da base resolveram tirar seus requerimentos na sessão passada. Até porque eles não precisam desse instrumento. Se eles fossem apontar todos os seus requerimentos iriam virar oposição”, comenta o vereador Moreira a respeito do entrave das discussões acerca dos requerimentos.

PORTA COLHE ASSINATURAS PARA CPI CONTRA APRÍGIO

O vereador Marco Porta seguiu a saga para colher, no mínimo, outras quatro assinaturas para entrar com o pedido de CEI (Comissão Especial de Inquérito) para apurar supostas irregularidades na desapropriação de uma via que corta os empreendimentos imobiliários do ex-vereador e empresário José Aprígio.

Porta quer investigar o ex-vereador Aprígio, mas não consegue assinaturas. (Foto: Cynthia Gonçalves / CMTS)
Porta quer investigar o ex-vereador Aprígio, mas não consegue assinaturas. (Foto: Cynthia Gonçalves / CMTS)

Com a sua própria assinatura, o vereador precisava de mais outras quatro. Nesta terça, os dois vereadores do PSDB, André Egydio e Eduardo Lopes, assinaram o documento restando apenas mais duas assinaturas. Entretanto, após muita discussão, os demais vereadores tomaram a decisão de não assinar.

“Eu queria dizer que diante dessas assinaturas colhidas para a CPI que essa conjectura política pode levar todos que fazem parte desse processo à bancarrota. Eu queria fazer um último apelo: para que não fossem por esses caminhos. Vou pedir uma reunião de lideranças com a base do governo, para que de forma lúcida conduzir esse processo”, discursou Nóbrega.

Na volta da reunião o líder do governo informou que os vereadores da base decidiram que vão se debruçar mais sobre o tema, mas que não estão desamparando os três vereadores que assinaram o documento.

“Respeito a decisão, mas não abro mão das minhas convicções. A assinatura vai estar aqui e vai continuar. Agradeço aos vereadores Eduardo Lopes (PSDB) e André Egydio (PSDB). Estou pedindo que se averigue e que se for aprovado, que devolva ao município aquilo que lhe é de direito”, explica Porta.

REPARCELAMENTO DE DÍVIDA COM A TABOÃOPREV

Em regime de urgência, a dívida do município perante a Taboãoprev, foi, novamente, reparcelada, agora em 240 parcelas de R$ 200 mil ao mês. Conforme explica o vereador e presidente da Câmara, Cido Alves (DEM), o reparcelamento se dá devido a uma inconsistência da Previdência oriunda do ano de 2007, quando houve um reparcelamento do governo Evilásio Cavalcante Farias, que segundo afirma não seguiu as exigências da Previdência Social e agora o governo Fernandes estaria corrigindo este provável erro.

Presidente da Câmara, Cido, defende o refinanciamento da dívida da Prefeitura com a TaboãoPrev. (Foto: Cynthia Gonçalves / CMTS)
Presidente da Câmara, Cido, defende o refinanciamento da dívida da Prefeitura com a TaboãoPrev. (Foto: Cynthia Gonçalves / CMTS)

Sem informar ao certo o valor total da dívida (o presidente afirmou que irá informar posteriormente o valor), Cido comenta sobre a possibilidade de calote levantada pelo vereador Moreira que votou contrário à aprovação do reparcelamento.

“A situação não é boa à nível nacional. Tirando 200 mil todos os meses a situação fica mais difícil mesmo. A anistia aprovada na sessão passada melhora a arrecadação até o final do ano, garantindo assim que a cidade não dê calote. O Fernando não iria assumir uma dívida se ele não tivesse condições de quitá-la”, afirmou.

CIDADÃO TABOANENSE

De autoria da vereadora Joice Silva (PTB), o regime de urgência em favor ao Apóstolo Josué Pereira dos Santos foi aprovado com unanimidade nesta sessão. Santos presta serviços para a Igreja Apostólica Nova Terra em Taboão da Serra e é autor do livro “Mapeamento Espiritual”, lançado em 2006.

O apóstolo recebeu em 2014 a medalha 19 de Fevereiro dada em homenagem a moradores ilustres de Taboão da Serra. Na oportunidade, o reconhecimento foi dado pelo vereador Eduardo Lopes.

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