Encontro do Autista em Taboão da Serra reforça a necessidade do diagnóstico precoce

Por Allan dos Reis, no Jardim Helena

A Câmara Municipal foi palco neste sábado (8) do “3º Encontro de Autismo de Taboão da Serra” com a presença de especialistas, políticos, professores e familiares, especialmente, mães, de crianças autistas. De forma geral, o Encontro serviu para reforçar a necessidade da realização do diagnóstico precoce.

Encontro discute questões relacionadas ao autismo em Taboão da Serra.
Encontro discute questões relacionadas ao autismo em Taboão da Serra.

Idealizador do encontro, o vereador Ronaldo Onishi (SD) reforça que essa discussão ajuda a incluir os autistas e diminuir os preconceitos, que as crianças e suas mães enfrentam.

“O importante é que a sociedade saiba que existe o espectro autista. Se você conhece, fica mais fácil conviver e buscar soluções. Esse é o grande mote deste encontro. […] Queremos conscientizar para pode incluir. Que a sociedade saiba que uma criança faz diferente porque é diferente. Devemos aprender a viver com essas diferenças”, diz Onishi.

O médico Leonardo Maranhão explica que a detecção precoce do autismo é fundamental para o tratamento adequado e autonomia das crianças.

“Pesquisas mostram que a cada ano a quantidade de pessoas com autismo tem aumentado. A identificação deve acontecer o quanto antes. A proposta da palestra foi à importância de um diagnóstico precoce, que deve acontecer nos primeiros meses e se possível antes dos três primeiros anos de vida. […] Quanto antes tiver o diagnóstico, [melhor] você tem um melhor tratamento no futuro e a independência delas no futuro. Se ela for identificada antes dos dois anos, a chance maior de ter um maior desenvolvimento na linguagem de comunicação”, explica Maranhão.

Diagnóstico precoce e inclusão social são as maiores preocupações de especialistas e familiares.
Diagnóstico precoce e inclusão social são as maiores preocupações de especialistas e familiares.

Nas salas de aulas, os professores são ferramentas fundamentais para detecção como para inclusão. Por isso, o professor Fábio Oliveira defende que os responsáveis pela educação incluam na formação acadêmica dos docentes esse tema.

“Tem vários outros lugares que a gente precisa que a coisa ande um pouco melhor. Mas a gente está falando de formação, e formação específica. E isso ainda não tem. Para o professor ter esse conhecimento, ele precisa pagar. O importante é a secretaria de educação investir nisto”, pede Oliveira.

Na rede de saúde pública, o atendimento tem sido realizado pelo CAPS I (Centro de Atenção Psicossocial Infantil), que atualmente tem 90 crianças com autismo. A secretária Raquel Zaicaner explica que “o conhecimento e a estratégia de abordagem tem sido ampliado no município. Temos desde autistas muito graves, que precisam estar em equipamentos como o Caps Infantil, até crianças com um quadro bem mais leve e podem estar inserido na rede básica de saúde”, diz.

A secretária de saúde, Raquel Zaicaner, a ativista Pró-Autista Ana Ruiz e o vereador Ronaldo Onishi durante entrega de homenagem durante Encontro de Autismo.
A secretária de saúde, Raquel Zaicaner, a ativista Pró-Autista Ana Ruiz e o vereador Ronaldo Onishi durante entrega de homenagem durante Encontro de Autismo.

Mãe e ativista do Movimento Pró-Autista, Ana Ruiz, reforçou a luta ao longo dos anos. “É um movimento de uma causa que no passado era invisível. A sociedade e o poder público não tinham conhecimento, quanto mais às famílias que não sabiam nem como lidar com o autista em casa por falta de conhecimento. Com a nossa militância, conseguimos conscientizar a sociedade e o poder público para as necessidades que os nossos autistas precisam para o seu desenvolvimento pleno”, afirma. Ela completa com o pedido para que haja “a inclusão escolar” e que “a área da saúde precisam estar preparados para ter o diagnóstico precoce”.

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