Hugo Prado diz que Taxa do Lixo em Embu das Artes é necessária

Por Allan dos Reis, no Parque Industrial Ramos de Freitas

O presidente da Câmara de Embu das Artes, Hugo Prado (PSB), recebeu o Taboão em Foco na tarde desta quarta-feira (2), poucas horas antes do início da primeira sessão legislativa após recesso de julho. A pauta não poderia ser outra. A Taxa do Lixo criada pelo prefeito Ney Santos (PRB), que entrou em vigor neste mês.

Prado tem sentido nas ruas as críticas da população contra a nova taxa, que em 2017 é de R$ 174,37. Ele afirma que seus eleitores tem mostrado bastante insatisfação com a taxa. Até na igreja que frequenta recebeu críticas. Porém, o chefe do legislativo tem opiniões distintas. Como cidadão comum afirma ser “contrário a qualquer tipo de taxa”, mas como político ele compreende que existe a “necessidade de você colocar ativa a taxa para coleta do lixo”.

Hugo Prado diz que cobrança da Taxa do Lixo é necessária, mas compreende as críticas. (Foto: Arquivo)
Hugo Prado diz que cobrança da Taxa do Lixo é necessária, mas compreende as críticas. (Foto: Arquivo)

Confira abaixo a entrevista com Hugo Prado:

TABOÃO EM FOCO: Qual a sua posição sobre a Taxa do Lixo?

HUGO PRADO: O termo taxa é muito forte, muito pesado. E para qualquer brasileiro, vereador ou prefeito. Sou contrário a qualquer tipo de taxa ou tributo. Quando a gente fala do IPTU, IPVA, é muito doloroso você desembolsar um recurso para que possa efetuar o pagamento. Essa é a minha opinião pessoal.

TF: E como político?

HP: Por outro lado, na condição de gestor público, na condição de chefe do poder legislativo, nós temos que ter responsabilidade com a cidade. Assumimos a cidade com uma dívida que ultrapassa os R$ 250 milhões. Somente com a empresa do lixo, a dívida chega a R$ 45 milhões. É importante frisar que existe concessão de 30 anos com essa empresa. Algo que hoje para falar, vamos romper o contrato e fazer uma nova administração, vamos ter que primeiro pagar a dívida e pagar a multa rescisória e fazer os investimentos necessários. Com a cidade quebrada do jeito que está não temos condições.

Neste aspecto, infelizmente existe a necessidade de você colocar ativa a taxa para coleta do lixo. É muito pior que nós não tenhamos a coleta de lixo diária em nossas casas do que a gente passar as dificuldades que estamos passando do ponto de vista político. Ninguém quer ser a favor de qualquer tipo de tributo, mas como gestor público temos que tomar decisões. Nem tudo que vamos fazer vai agradar aos outros.

Se hoje saíssemos às ruas e falasse contra, tenho certeza que seria ovacionado. Mas acima de tudo tenho que ter responsabilidade e falar a verdade. Dou o exemplo a cidade do Rio de Janeiro. O caos que vivem hoje. Será que queremos e vamos ser irresponsáveis e deixar a nossa cidade chegar ao que é o Rio. Precisamos agir e tomar decisões. E a decisão de ativar a taxa do lixo se faz necessária para que a gente possa organizar a nossa cidade e a coleta possa continuar.

TF: Está prevista uma manifestação para hoje [quarta]. Como será a recepção?

HP: A Câmara é a casa do povo e em qualquer circunstancia é fundamental a participação popular. […] As pessoas terão de nós a verdade, a situação real e o que estamos fazendo para tentar resolver os problemas. Vamos sair daqui numa situação difícil perante nosso povo. Não espero reconhecimento pessoal. Ao fim do mandato, que a gente possa entregar uma cidade onde o povo tenha orgulho.

TF: Itapecerica e Taboão também cobram taxa do lixo. Mas eles consideram o tamanho da área do terreno e construída. O prefeito Ney Santos ao instituir decidiu por um valor único. Não é injusto cobrar o mesmo do contribuinte que mora em uma propriedade pequena e do outro que tem melhores condições?

HP: A criação da lei que dá respaldo para formulação do decreto, ela versa sobre cobrança única em todo âmbito municipal. Claro que essa primeira cobrança que vai de agosto a dezembro é um valor de R$ 174. O cálculo para o próximo ano temos discutido como vamos equacionar essas distorções. Ainda existe uma discussão do valor. Existe a discussão com a empresa para que a gente possa reduzir a quantidade de lixo produzido e que ela possa incentivar outras formas como a coleta seletiva para baratear.

TF: Mas o senhor acredita que o cálculo para 2018 será diferente?

HP: Eu acredito que sim. […] O valor do próximo ano ainda não está definido.

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