Judoca de Taboão vice-campeão no Pan de 87 avalia campanha da modalidade em 2015 e diz: “a gente fazia milagres”

Por Gilmar Júnior, da redação

Foram 13 medalhas que os judocas brasileiros conquistaram nos Jogos Panamericanos realizados em Toronto (Canadá) nesta edição de 2015, sendo cinco de ouro, duas de prata e seis de bronze. O sucesso do retrospecto brasileiro que superou a campanha de 1987 que conquistou sete medalhas nos jogos de Indianápolis (Estados Unidos da América) tem uma explicação, segundo Nelson Onmura, ex-judoca da cidade de Taboão da Serra, que completa 57 anos nesta quinta-feira (16): a infraestrutura. O Taboão em Foco conversou com o especialista e multicampeão no judô sobre o passado e o presente do esporte brasileiro.

Medalha de Prata conquista no Pan de 1987 por Nelson Onmura. (Foto: Reprodução)
Medalha de Prata conquista no Pan de 1987 por Nelson Onmura. (Foto: Reprodução)

Onmura aponta uma melhora nos recursos disponíveis aos atletas. Conforme lembra, em 1987, os judocas tinham que se desdobrar em mais de uma função para alcançar seus resultados. “Fazíamos milagres para poder fazer o circuito europeu para conhecermos os nossos adversários das grandes competições. Eu participei dos jogos de Indianápolis em 1987 onde fui medalha de prata. Lá fiz quatro lutas para chegar a final com um cubano. Foi uma bonita luta,mas ele foi melhor. Perdi por pontos”, diz.

Passados 28 anos, os judocas têm uma realidade mais tranquila para competir, afirma o sensei taboanense. “A CBJ (Confederação Brasileira de Judô) tem dado um suporte muito grande aos atletas e os técnicos. Hoje eles fazem muitos intercâmbios com os países avançados na modalidade e eles têm competido nos melhores Grand Prix, torneios e campeonatos. Por isso esses destaques nas competições internacionais. Diferente da minha época, onde tínhamos que ser psicólogo, preparador físico, nutricionista, atleta e em muitos torneios tínhamos que ter o patrocínio das viagens. Hoje, não acontece isso, os atletas têm tudo sem se preocuparem com nada. Ainda bem”.

Sobre os jogos olímpicos do ano que vem, Onmura tem boas expectativas e acredita que certamente o Brasil conquistará o direito de subir ao pódio. “Não dá para falar em números, mas com certeza teremos medalhas nas Olimpíadas”.

MAIS DE QUATRO DÉCADAS DEDICADAS AO ESPORTE

Após aposentadoria, Onmura continu dando aulas em projetos da Prefeitura de Taboão da Serra. (Foto: Charles Eliseu / PMTS)
Após aposentadoria, Onmura continu dando aulas em projetos da Prefeitura de Taboão da Serra. (Foto: Charles Eliseu / PMTS)

A lista de títulos de Onmura é extensa. Além da medalha de prata no Pan, o feito mais importante em sua carreira, segundo ele próprio, ele também é: campeão Sul-americano, Campeão Latino americano, Campeão Ibero Americano, 3º colocado na Copa Canadá, 4º Colocado no Torneio do México, 3º colocado na Copa Kodokan Pan-americana duas vezes, mais de oitos vezes campeão dos Jogos Regionais, Campeão dos Jogos Abertos do Interior, Campeão dos Jogos Abertos Brasileiros, Campeão Brasileiro Universitário, Campeão Paulista Universitário, Bi- Campeão Carioca de Judô, mais de 20 títulos de Campeão Brasileiro e mais de 20 títulos de Campeão Paulista como Juvenil, Juniores e Seniores e Grand Masters.

Aposentado de competições desde 2014, quando se despediu com um vice-campeonato mundial em Málaga, na Espanha, Onmura utiliza seu aprendizado de mais de 46 anos no esporte para ensinar aos seus alunos na Secretaria de Esportes e no Ginásio de Esportes de Taboão da Serra.

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