Por Allan dos Reis, na região central
O Movimento Sem Terra (MST) de Taboão da Serra realizou na manhã desta quarta-feira, dia 24, mais um protesto que culminou com o fechamento da Rodovia Régis Bittencourt, no sentido São Paulo, para cobrar uma série de promessas que teriam sido feitas pelo prefeito Fernando Fernandes (PSDB) e que até agora não foram cumpridas.
O líder do movimento, o ex-vereador Paulo Félix, afirma que a manifestação é para pedir apuração das mortes no pronto socorro e exigir o cumprimento de acordo firmado – segundo ele – pelo prefeito.
“A decisão de fazer a passeata foi para pedir a apuração das mortes que ocorreram no Pronto Socorro do Antena para que esses fatos não se repitam mais. E ao mesmo tempo nós temos uma demanda com o prefeito, que não são pautas novas, com relação ao auxílio aluguel, a construção de escola e creche lá no condomínio que está sendo construído através do [programa] Minha Casa Minha Vida, as 512 unidades que o prefeito se comprometeu a construir na área do Paulo Colombo [no Jardim Helena]”, diz Félix.
A caminhada começou no Jardim Salete e prosseguiu pela Rodovia Régis Bittencourt, que ficou interditada por mais de uma hora, até a sede da prefeitura no Parque Assunção. Após horas de espera, o chefe de gabinete Paulo Funari e o secretário de governo Cândido Ribeiro informaram que as lideranças não seriam recebidas pelo prefeito, que estava – afirmam – cumprindo agenda externa.
“O prefeito [Fernando Fernandes] não tem agenda para atender vocês essa semana”, resumiu Funari.
Félix então prometeu iniciar uma intensa campanha contra Fernandes. “O prefeito fechou a porta para o MST. Nós vamos responder com voto no próximo domingo [na verdade, dia 5 de outubro]. Vamos nos mobilizar e colocar 100 mil jornais sobre o ato de hoje. E também vamos começar a colher assinaturas para propor uma lei para que a Câmara possa abrir uma CPI e investigar a saúde”, diz.
Em seguida, uma comissão do MST cogitou acampar em frente à prefeitura, mas a maioria dos manifestantes preferiu continuar o protesto até a Câmara Municipal, no Jardim Maria Rosa, onde foram recebidos pelo presidente da Câmara, Eduardo Nóbrega (PR).
PEDIDO DE APURAÇÃO
Os integrantes do MST foram até o 1º Distrito Policial, que fica a poucos metros da prefeitura, e entregaram uma carta ao delegado-titular Dr. Gilson Leite solicitando apuração das mortes das duas gestantes ocorridas no Pronto Socorro da Antena no mês passado.
O delegado recebeu o documento e afirmou que foram instaurados inquéritos destas mortes e que aguarda o laudo do IML (Instituto Médico Legal). Ele ressaltou que “dependendo do resultado pode pedir revisão de todo atendimento” desde o início da gravidez.