No Pirajuçara, 11ª Paixão de Cristo se reinventa e impressiona público

A encenação da Paixão de Cristo no Pirajuçara se reinventou e envolveu o público de cerca de 3 mil pessoas durante a apresentação que durou duas horas e narrou os principais acontecimentos da vida de Jesus, idealizada pela Paróquia São João Batista, na Sexta-feira Santa, dia 6. Apesar de 95% não serem profissionais, mas movidos pela fé, os cerca de 70 atores, membros das comunidades católicas na região, interpretaram com realismo as derradeiras aparições de Cristo.

A 11ª edição relembrou a ação de Jesus de defender uma adúltera (“quem não tiver pecado atire a primeira pedra”) e curar um menino com espírito mau, a última ceia com os apóstolos, a oração ao Pai, cenas transcorridas na praça Luiz Gonzaga. O gesto de Pilatos de “lavar as mãos” e condenar Cristo não ficou impune. “Que coisa feia você fez!”, bradou uma senhora ao ator no papel de governador. Adultos, jovens, crianças e idosos, famílias inteiras, assistiram à apresentação.

Paixão de Cristo no Pirajuçara se reiventa e chega a 11ª edição. (Foto: Adilson Oliveira)

A via crúcis, porém, impressionou. Sob olhares atônitos, o cortejo da flagelação de Cristo, vivido pelo experiente ator Joel Macedo, deixou a praça, cruzou a estrada Kizaemon Takeuti e desceu a rua Antonio de Oliveira Salazar. Barranco na avenida Fernando Fernandes foi o palco das cenas da crucificação, diálogo dos soldados zombadores do poder divino do filho de Deus, pranto de Maria, vivida pela jovem Leani Lima, e da colocação do corpo de Jesus em uma caixa como túmulo.

O início do calvário teve o suicídio do traidor Judas Iscariotes, a grande novidade do enredo. “Me fez recordar”, disse o ator Joselito Gaza, 40 – Judas por seis anos seguidos na Paixão no centro de Taboão –, que foi puxado para carregar a cruz, como cirineu. “A cena do enforcamento sempre foi um meta, e neste ano conseguimos”, disse o diretor-geral Adauto Guerra, que conduziu a encenação ao lado dos diretores de elenco José Maria Lucena, Walter Costa e Eddie Ferraz.

A encenação ganhou aplausos, mas ainda não é a ideal. “Nunca corresponde à expectativa, sempre queremos mais. Foi muito bom, mas pensamos em evoluir, sobretudo em cenário”, disse Guerra. Fiel ao Evangelho, a cena da ressurreição ocorreu no domingo, na igreja São Lucas, onde jovens interpretaram e cantaram passagens da vida de Cristo. A representação seria na praça, não fosse a forte chuva que caiu no fim da tarde, que impossibilitou também queima de fogos.

CONFIRA ABAIXO A GALERIA DE FOTOS:

por Adilson Oliveira

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.