Paulinho diz que Moreira traiu a ele e “as convicções próprias”

Por Allan dos Reis, no Jardim Helena

Era final de tarde do dia 4 de dezembro quando os vereadores Marcos Paulo (Pros) e Professor Moreira (PT) ligaram a jornalistas da cidade para convocá-los a uma coletiva de imprensa para anunciar a composição da nova mesa diretora para o biênio 2015-2016. Com sete votos, era só todos cumprirem a palavra e Paulinho, como é conhecido, seria o novo presidente.

Porém, nesta terça-feira, dia 16, o resultado foi muito diferente. Paulinho não conseguiu nenhum voto e o novo mandatário será José Aparecido Alves, o Cido, do Dem.

Grupo de vereadores acusa Professor Moreira de quebrar acordo na disputa pela presidência da Câmara Municipal.
VILÃO? Grupo de vereadores acusa Professor Moreira de quebrar acordo na disputa pela presidência da Câmara Municipal.

E o culpado por essa reviravolta foi o vereador Moreira, que após conversar com o outro grupo que disputa a Câmara afirmou que se tivesse os seis votos, votaria em si e se tornaria presidente.

“Se jogarem seis votos no meu colo, eu vou para dentro. Cavalo armado só passa uma vez. Eu sempre deixei claro que se tivesse seis votos, eu votaria em mim e seria presidente”, afirmou Moreira, horas antes da eleição.

Porém, essa não é a opinião de nenhum dos outros seis vereadores que compunham o grupo. Alguns deles, em especial o Cido (DEM), que virou presidente, e a Érica da Enfermagem (PSDB), tiveram retaliações do prefeito Fernando Fernandes (PSDB), que cortou cargos indicados por ambos.

E exatamente por isso, o vereador Marcos Paulo e outros membros do grupo passaram a chamar o vereador petista de traidor por descumprir um acordo prévio e por expor o grupo.

“Eu não viria para uma coletiva de imprensa se não houvesse apenas um candidato. E na reunião anterior perguntei a todos os candidatos se lhe fossem oferecida a presidência [pelo outro grupo] se eles aceitariam. Todos disseram. Não votarei em mim, nosso candidato é você”, diz Paulinho.

QUASE: o vereador Marcos Paulo conseguiu o apoio dos parlamentares, mas um voto escapou e levou junto a presidência.
QUASE: o vereador Marcos Paulo conseguiu o apoio dos parlamentares, mas um voto escapou e levou junto a presidência.

Questionado se o petista era um traidor, o vereador respondeu. “Eu acho que ele traiu as convicções próprias. Não só a mim. Porque quando você coloca um posicionamento, na minha casa, como se eu fosse o presidente e votaria em mim. Palavra dada não se volta atrás. Acho que ele errou no posicionamento dele”, completou.

Outro que não poupou críticas ao vereador Moreira, foi o seu colega de oposição Luiz Lune (PC do B), que pelas redes sociais publicou a foto de um homem de costas e a sombra de outra pessoa com uma faca pronta para apunhalar por trás. E para deixar claro que a publicação era para o vereador, publicou a frase; “e ele dizia: ‘Meu Líder’”, dito por Moreira semanalmente para se referir ao comunista.

Já o vereador Ronaldo Onishi (Sd) preferiu não utilizar o adjetivo traidor, mas criticou o petista. “Não diria que ele é traidor, mas para mim não existia essa possibilidade de aceitar os votos se descarregassem [o grupo dos seis votassem nele] em mim. A estratégia seria outra”, disse.

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