Policial que prendeu políticos em Taboão da Serra se mata

Policial Ivan Jerônimo , que investigou e prendeu políticos em Taboão da Serra, comete suicídio em São Paulo. (Foto: Allan dos Reis / Arquivo)

Policial que comandou operação que determinou a prisão de 27 acusados pela fraude no setor de pagamento de impostos atrasados da Prefeitura de Taboão da Serra, Ivan Jerônimo da Silva se suicidou com um tiro no peito nesta quinta-feira, dia 8, por volta das 16h, dentro de um estabelecimento na Cidade Jardim (zona sul da capital). Socorrido ao Hospital São Luiz, no Morumbi, chegou em estado muito grave e não sobreviveu. Ele estaria sofrendo de depressão.

Jerônimo era investigador-chefe da Delegacia Seccional de Taboão, mas estava afastado da função desde dezembro do ano passado, quando teria pedido licença médica. Na sede da Polícia Civil na região, a informação era de que ele tinha direito a férias acumuladas e que dedicaria o tempo livre para fazer cursos e tratar de assuntos particulares. Uma atendente chegou a dizer ao Taboão em Foco que estaria se preparando para disputar as eleições neste ano.

Filiado ao PMDB na cidade no último prazo de inscrição, em outubro, Jerônimo passou a ser cogitado para ser candidato a prefeito e teve o nome lançado informalmente pelo vereador Paulo Félix, recém-ingresso no mesmo partido. Em visita à região, o deputado Jorge Caruso, do diretório estadual do PMDB, disse que Jerônimo não tinha manifestado desejo de disputar a sucessão municipal e que a sigla não reconhecia a candidatura do policial, por se tratar de mera especulação. Em janeiro, Jerônimo afirmou não ser candidato, após ser alvo de adversários, e pediu a sua desfiliação do partido.

Em dezembro, o prefeito Evilásio Farias (PSB) desqualificou, de forma contundente, a investigação batizada pela seccional de “Operação Cleptocracia” (governo de ladrões) – que levou à prisão funcionários e ex-servidores da prefeitura, empresários, quatro vereadores e três secretários do governo. Disse que foi ele quem descobriu a fraude em 2005 e que Jerônimo usou o trabalho policial para concorrer às eleições, apesar de o investigador não ter se declarado candidato.

Por Adilson Oliveira

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