Prefeito de Taboão quer a expulsão de Aécio do PSDB e a saída do partido do governo Temer

Por Allan dos Reis, no Parque Assunção

Um dos líderes do PSDB no Estado de São Paulo, o prefeito Fernando Fernandes defendeu na última quinta-feira (25) a expulsão do senador Aécio Neves (PSDB) após a delação dos donos da JBS revelar que ele pediu R$ 2 milhões. Ele também defende que o partido deixe a base do governo Michel Temer (PMDB), que – assim como o senador – teve as conversas gravadas pelos delatores.

Após pedir votos em Taboão da Serra, Aécio Neves dá entrevista coletiva ao lado do governador Geraldo Alckmin e com o prefeito Fernando Fernandes ao fundo (de azul). (Foto: Arquivo)
Após pedir votos em Taboão da Serra, Aécio Neves dá entrevista coletiva ao lado do governador Geraldo Alckmin e com o prefeito Fernando Fernandes ao fundo (de azul). (Foto: Arquivo)

“Em relação ao Aécio Neves, é difícil eu falar agora porque as acusações são muito graves. Me parece e tudo indica que elas procedem. E, eu particularmente, fico muito decepcionado, porque eu andei com o Aécio, acreditei nele, pedi votos para ele”, lamenta Fernandes, que caminhou com ele na região do Pirajuçara nas eleições presidenciais de 2014.

“Temos que dar o direito da defesa, mas se confirmando, o PSDB devia expulsar. Nem esperar [ele] sair, expulsar. Foi uma atitude muito grave. Irresponsável. Mesmo que ele precisasse de dinheiro para tapar algum buraco eleitoral, nessa altura não se justificaria mais. E principalmente para quem eles foram pedir. Para o homem que está até o pescoço envolvido com a administração do Lula e da Dilma”, completou o mandatário.

Aécio Neves teve um pedido de prisão negado pelo STF, mas viu seu mandato de senador ser suspenso.

FORA DO TEMER

Enquanto os caciques do PSDB estão em cima do muro quando a questão é deixar ou não o governo Temer, o prefeito Fernando não deixa dúvidas. Quer a saída do partido da base governista.

“Eu acho que o PSDB deveria deixar o Governo [Temer]. Mas acho que temos que ter a responsabilidade de ver em quais condições fazer isso. Não dá para se tornar aliado do governo e, num determinado prazer você sai do governo. Existe um país atrás disto aí. Acho muito difícil a governabilidade do Temer daqui para frente. Até porque, observei muito, existem várias infrações em relação às gravações, mas como todo mundo diz, e é verdadeiro, em momento algum ele contesta o conteúdo”, afirma o prefeito.

Caso deixe a base, o governo Temer não teria mais nenhuma sustentação política e apressaria a sua cassação. Porém, Fernandes quer a saída via TSE, que vai julgar a chapa Dilma-Temer no início de junho.

“Tudo indica que esse governo acabe. A saída honrosa vai ser dada pelo TSE, quando essa chapa vai ser impugnada. E então vai se constituir um governo provisório porque não temos condições de fazer eleição direta agora. A emoção tomaria conta do voto do povo brasileiro, que já vota muito passionalmente”, completou.

E o nome indicado para esse governo de transição seria “do Nelson Jobim, que tem trânsito em todos os lados”, encerra o tucano.

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