Presidente Joice Silva acusa Eduardo Nóbrega de machismo após confusão no fim da sessão; ele nega

Por Allan dos Reis, no Jardim Helena

O clima esquentou – mais uma vez – entre os vereadores Eduardo Nóbrega (PSDB) e a presidente Joice Silva (PTB) durante a sessão legislativa desta terça-feira (25) na Câmara Municipal. A confusão aconteceu após Nóbrega não aceitar uma ‘manobra’ prevista no regimento, que pedia reunião de líderes, faltando poucos minutos para o término da sessão.

Eduardo Nóbrega faz discurso contra presidente Joice Silva, que o acusa de machista.
Eduardo Nóbrega faz discurso contra presidente Joice Silva, que o acusa de machista.

Mesmo com a suspensão da sessão, o parlamentar subiu a tribuna e não poupou críticas a presidente. “[ináudível] A senhora é presidente da Câmara, não é capacho do prefeito [Fernando Fernandes]. É brincadeira o que está fazendo. […] Você não está respeitando o parlamento. A senhora é fraca. […] não respeito o parlamento e não sabe fazer conta de matemática. Faltam 16 minutos [para terminar a sessão] e pedem 20 [de suspensão]? Ela rasgou a história dela e da mãe dela [a ex-vereadora e atual secretária de assistência social Arlete Silva]”, esbravejou Nóbrega.

Em seguida, Joice respondeu. “Cumpra o regimento [interno] porque a presidente até dezembro sou eu”. Em seguida, ela caminhou em direção à sala de reunião e foi seguida por Nóbrega.

Minutos depois, ela fez uma declaração à imprensa. “O maior vereador conhecedor do regimento interno descumpre quando a sessão é suspensa. Ele liga o microfone, insulta a população, desrespeita a presidência desta casa, não só desrespeitosa, mas de uma forma machista, que ficou muito claro a todos. Ele não respeita a minha presidência por eu ser mulher e isso já foi feito várias vezes aqui e eu nunca me manifestei. E tentou trazer a história da minha mãe para minha história, que fez um grandioso trabalho nessa cidade. Foi um ato desrespeitoso do vereador Eduardo Nóbrega. […] Ele precisa aprender a me respeitar”, afirma Joice.

Em entrevista, Nóbrega argumentou que a base está fazendo de tudo para impedir a leitura de um requerimento para instalação de CPI e deu sua versão para a briga na tribuna.

“A base vem, dentro do regimento, protelando que isso seja feito. Até aí a gente respeita. O problema é que na ordem do dia, são duas horas. A base ficou pedindo reunião com base no artigo 103, que é uma reunião de lideranças para decidir como vai ser colocado um projeto em votação. É um veto que está há mais de dois meses na pauta. E isso apequena o parlamento. Pedi a palavra, pela ordem, e cobrei da presidente, simplesmente que ela não deixasse a Câmara passar o vexame de um pedido de 20 minutos de reunião, quando só tinham 16 minutos para acabar a sessão. […] Não cobrei da mulher, Joice Silva. Não cobrei da vereadora. Cobrei da presidente da Câmara. O que as mulheres lutam e eu sou um dos grandes defensores é igualdade de gênero. Não é privilégio. O mesmo direito. O mesmo dever”, diz Nóbrega.

Questionado sobre o ato classificado pela presidente como machismo e a confusão no corredor, ele nega. “É ser machista exigir que a presidente da Câmara não prorrogue por 20 minutos quando só faltam 16? A discussão lá [no corredor] foi entre eles. […] Se ela quer buscar um gancho para tentar se promover, é questão dela. Acho que devia repensar melhor”, diz.


‘TORCIDA DIVIDIDA’

Durante toda sessão, dois grupos de cidadãos taboanenses – ambos ligados a políticos – dividiram as vaias no plenário. De um lado, ex-livres nomeados ligados aos vereadores do Bloco Independente e Harmônico (BIH). Do outro, mulheres que eriam ligadas à campanha da deputada Analice Fernandes.

Entre uma vaia e outra, o clima – em alguns instantes – ficou mais acirrado e houve a necessidade de reforço na segurança com a chegada de mais Guardas Civis Municipais (GCM’s), mas nada de grave aconteceu.

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