Secretários de Embu reclamam de aumento menor; para petista, ‘derrotado’ não pode ganhar mais que vereador

Por Alceu Lima, no Parque Industrial, em Embu das Artes

A polêmica votação do aumento do salário do prefeito, vice e secretários de Embu das Artes, na última quarta-feira, dia 16, desagradou secretários do governo Chico Brito (PT) que queriam ganhar mais e reclamam que o acordo fechado com vereadores seria de que tivessem a aprovação de remuneração maior, como o proposto no projeto inicial, que previa R$ 14 mil de subsídio. Em vez de vultoso 64,7%, os secretários tiveram aumento ainda generoso de 41,2%, e receberão R$ 12 mil a partir de 2013. Como o prefeito é candidato, o grupo no poder agiu para com a possível reeleição garantir ganhos polpudos.

Conforme apurou o Taboão em Foco, a insatisfação chegou ao ponto de um secretário mais próximo do prefeito telefonar para o presidente da Câmara, Silvino Bomfim (PT), aliado da administração, e cobrar explicações para a aprovação de um salário menor para o primeiro escalão. Um vereador do PT teria dito que estava fora de cogitação aprovar o salário estipulado, que não aceitava secretário, que muitas vezes é candidato derrotado a uma cadeira na Câmara, ganhar muito mais que vereador, quem “dá a cara para bater na rua”. Na próxima legislatura (2013-16), vereadores receberão R$ 10.021,17 mensais.

O vereador João Leite (PT) pediu suspensão da sessão para nova discussão sobre o projeto, após as reuniões fechadas na semana anterior, mas a falta de consenso persistiu. Apesar de não esgotado o prazo legal, em 30 de junho, os vereadores colocaram o aumento para ser apreciado em regime de urgência. Mas, em uma situação inusitada, o trâmite foi votado sem a definição de qual dos três projetos – o original e dois alternativos – se tratava. Porém, por pressão da bancada petista, a propositura com valores de R$ 15 mil para prefeito e R$ 12 mil para vice e secretários acabou sendo votada.

Câmara de Embu das Artes aprovou reajuste para 2013 a prefeito e secretários menor do que o esperado. (Foto: Allan dos Reis)

Por um voto, o projeto não foi rejeitado, e os antigos subsídios não foram mantidos. Silvino foi criticado por não pedir vista e permitir o “racha” na base aliada. O mal estar pode ter custado a transparência dos atos do Legislativo. A reportagem acessou na noite posterior à da sessão a notícia sobre os subsídios no site da Câmara, mas na manhã seguinte o texto foi removido. O impopular aumento foi aprovado em “decisão apertada, por 7 votos favoráveis, quórum mínimo para a maioria absoluta”, dizia reportagem retirada do ar. Dois vereadores se abstiveram, e um teria se trancado no banheiro para não votar.

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