Por Allan dos Reis, da Redação*
O município de Taboão da Serra está entre os contemplados na primeira fase do programa ‘Mais Médicos” do Governo Federal e vai receber por enquanto apenas um médico estrangeiro. Em todo Estado de São Paulo serão mais 134 médicos, sendo 79 profissionais de outras nacionalidades. O salário de R$ 10 mil será pago pelo Governo Federal. A prefeitura terá que arcar com moradia e alimentação. A meta do programa é conseguir 15.460 profissionais necessários para atender todas as prefeituras que se inscreveram.
Na região, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra e São Lourenço da Serra estão entre as cidades prioritárias e devem ser atendidas na próxima etapa do programa que teve as suas inscrições reabertas nesta segunda-feira, dia 19. Embu das Artes também se inscreveu. Na região do Conisud, apenas Juquitiba, Cotia e Vargem Grande Paulista sequer se escreveram no programa.
O programa tem sido alvo de críticas do Conselho Federal de Medicina e de deputados da oposição ao governo Dilma, especialmente o PSDB, que é o mesmo partido do prefeito Fernando Fernandes, que governa o município taboanense.
Em entrevista recente ao Taboão em Foco a secretária de saúde Raquel Zacainer reconheceu que o município está com uma defasagem de médicos e no primeiro semestre também foram lançados concursos públicos para contratação de mais profissionais. Ela também defendeu o programa desde que os médicos tivessem os seus diplomas revalidados no Brasil, fato que não estava previsto no programa.
“Médicos que tenham diplomas validados no Brasil são sempre bem-vindos. E eles são mais bem-vindos vindos nos rincões mais afastados aonde você não consegue realmente alocar profissionais. (…) Mas precisam ter supervisão e acompanhamento do que ele [médico] está fazendo”, diz Raquel.
Raio-x da saúde no Brasil
Pesquisa realizada pelo IPEA, em 2011, com 2.773 entrevistados revelou que 58,1% da população apontou a falta de médicos como o principal problema do SUS. O Brasil possui apenas 1,8 médicos por mil habitantes. Esse índice é menor do que em outros países, como a Argentina (3,2), Portugal e Espanha, ambos com 4 por mil. Além disso, o país sofre com uma distribuição desigual de médicos nas regiões: 22 estados estão abaixo da média nacional.
* com informações do Ministério da Saúde
