Termina audiência com testemunhas de acusação no processo que apura fraude do IPTU em Taboão

Por Williana Lascaléia, no Parque Pinheiros, em Taboão da Serra

Terminou nesta quinta-feira, dia 24, a última audiência com as testemunhas de acusação no processo que investiga as fraudes na dívida ativa da prefeitura de Taboão da Serra, descoberta no início de 2011 após a prisão de um servidor público no momento em que ele fazia baixas irregulares. A próxima audiência acontece no dia 23 de abril.

Foram ouvidas a ex-secretária de finanças, Rosana Maciel, que explicou que houve uma “diferença do [dinheiro que entrou no] banco e das baixas [ocorrida na dívida ativa]” e garantiu que o balanço da prefeitura não pode ser alterado após o fechamento contábil.

Ela afirmou que uma das acusadas, Tereza Letícia Rocha, voltou à prefeitura para treinar uma ex-funcionária do setor de contabilidade e – aposentada – não ganhou nada com o treinamento. E assim que descobriram que as diferenças não eram problemas técnicos informaram a Conam, responsável pelo sistema. Outro funcionário da contabilidade, Walter das Virgens, será chamado para explicar como funciona contabilidade e sistema.

Justiça de Taboão da Serra dá andamento a julgamento de acusados de fraudar a dívida da prefeitura de Taboão da Serra. (Foto: Arquivo)

Edmilson Alves Ricci, ex- Secretário de Finanças, segunda testemunha a depor, teve que esclarecer sobre sua formação acadêmica e confirmou a compra de uma arma “legal e registrada” com o objetivo de proteger sua casa. Afirma ter dito ao ex- prefeito Evilásio Farias, que a segurança do sistema era falha e que em 2005 já havia percebido falhas, mesmo ficando pouco tempo no cargo. Afirma que usuários criavam senha livremente, contradizendo o Douglas Rodrigues Caetano, da Conam. Sobre sua saída, disse que não concordava sobre a contratação da empresa de coleta de lixo, afirmando ser “por uma questão de ética”.

Indagado pelo juiz Guilherme Alves Lopes Lamas, sobre como o balanço fechava respondeu: “existem artifícios para isso!”, então o juiz perguntou se ele poderia dar um exemplo, Ricci disse: “são questões contábeis, por exemplo, uma multa. Esse erro será descoberto. Levará uns três ou quatro anos, mas será descoberto”. Disse ainda que o setor da divida ativa era cobiçado e que o prefeito era quem indicava as pessoas para trabalhar. “Nunca pude indicar ninguém para este setor”, diz.

Devido a confusões de nomes de pessoas, datas em seu depoimento e presentes em B.O., um dos defensores disse a Ricci: “o senhor precisa ter cuidado com o que fala”.  Ele respondeu: “eu me afastei da prefeitura, mas não da historia de Taboão da Serra”.

O terceiro e último a falar foi Rogério de Godóy , funcionário do setor de informática da prefeitura, que afirmou ter sido ameaçado quando o investigador Ivan disse: “a juíza assina qualquer coisa e você fica [preso] aqui mesmo”. Completou dizendo que ficou até a madrugada na delegacia seccional e só assinou o depoimento no dia seguinte.

Disse ainda que não depôs de livre e espontânea vontade e que se sentiu coagido. Quando perguntado se o ex-vereador Paulo Félix teria o ameaçado caso ele mentisse durante depoimentos na comissão criada pela Câmara, ele foi enfático: “Lá na frente não ameaçou, mas lá atrás sim”.

Na próxima audiência, em abril, o juiz Guilherme Alves Lopes Lamas  vai ouvir as testemunhas de defesa dos mais de 20 réus.

0 comentário em “Termina audiência com testemunhas de acusação no processo que apura fraude do IPTU em Taboão”

  1. Um verdadeiro circo armado por interesses politicos. Tá mais que provado que tudo isso foi jogada do até investigador Ivan com a Juiza lá. Que Deus abençoe essas novas pessoas que estão no Forum de Taboão e na policia, pois a um bom tempo ficamos a merce de incompetentes.

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