Mário Pazini é enterrado em Taboão e amigos destacam o seu legado na cultura

Por Allan dos Reis, no Parque Pinheiros

O ator e diretor Mário Pazini, 51 anos, morto na segunda-feira, dia 31 de março, vítima de complicações causadas por um câncer na pleura (membrana envolta do pulmão) foi enterrado no fim da tarde desta terça (dia 1) no Cemitério da Saudade, em Taboão da Serra. Emocionados, familiares e amigos se despediram e destacaram o legado construído por ele ao longo da carreira.

Ator e diretor Mário Pazini é enterrado em Taboão da Serra.
Ator e diretor Mário Pazini é enterrado em Taboão da Serra.

“O Marinho foi o meu grande parceiro para a gente fundar o [Espaço] Clariô e uma das coisas mais importantes [nele] era o seu amor por Taboão da Serra. A melhor forma de definir o Marinho é com solidariedade. O Clariô é da cidade e está sempre de portas abertas. Ele poderia fazer carreira em qualquer cidade do país, mas ele queria fazer na sua cidade”, diz Will Damas, que esteve com Pazzini na cerimônia em que receberam o prêmio Governador do Estado de São Paulo.

Ao lado de Will Damas, diretor Mario Pazini recebe prêmio em reconhecimento ao trabalho do Espaço Clariô em Taboão da Serra. (Foto: Divulgação / Secretaria de Estado da Cultura)
Diretor Mario Pazini (centro) durante a cerimônia que premiou o trabalho do Espaço Clariô em Taboão da Serra. (Foto: Divulgação / Secretaria de Estado da Cultura)

O prêmio foi um reconhecimento do trabalho realizado por Mário e outros ativistas culturais em Taboão. Entre eles estava o Sarau do Binho, que era realizado em um bar na região do Campo Limpo em São Paulo e se transferiu para Taboão após a subprefeitura daquela região interditar o local.

Emocionado, Binho diz que é “obrigação” dar continuidade ao trabalho e afirma que “Marinho é uma andorinha que acordou muita gente”, resumiu.

Um dos trabalhos mais elogiados e premiados de Mário Pazini foi a sua direção do espetáculo Hospital da Gente, inspirado no livro Contos Negreiros do poeta Marcelino Freire, que esteve no enterro.

Marcelino Freire abraça a esposa do amigo Mário Pazini durante enterro.
Marcelino Freire abraça a esposa do amigo Mário Pazini durante enterro.

“Eu só tenho gratidão pelo o que ele fez por mim, por Taboão, para o Clariô e ao país. E em janeiro ganhou o reconhecimento [com a premiação]. Ele vai muito cedo e nos deixa um legado. A luta dele é muito intensa e o Clariô nasceu na Rua Santa Luzia. Ele vai lançar muita luz”, diz Freire.

O ex-secretário de cultura Ali Sati diz que “a cultura de Taboão perdeu uma grande liderança”. O atual secretário e vice-prefeito Laércio Lopes esteve apenas no velório. Outros expoentes da região como o poeta Sérgio Vaz também acompanharam o enterro.

Mário Pazini era casado com a atriz Naruna Costa. Ele também tinha três filhas. Uma de 24 anos e duas gêmeas com 18.

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