Vítima de assalto, comerciante cai em córrego e morre no Jardim Saporito

Por Adilson Oliveira, no Jardim Saporito, em Taboão da Serra

Um crime que revoltou moradores pela falta de segurança e “descaso” em obra no bairro. O comerciante Elias Nunes Ferreira, 30 anos, foi abordado ao lado de casa por um ladrão, entrou em luta corporal e caiu com o criminoso no córrego Joaquim Cachoeira e morreu após bater com a cabeça no fundo do rio, em plena tarde do domingo, dia 13, dedicado às mães, no Jardim Saporito, em Taboão da Serra. Na noite desta segunda-feira, população fechou a estrada Benedito Césario de Oliveira, por duas horas, em protesto.

Ele tinha estacionado diante de vizinho e falava ao celular com a namorada, por volta das 16h, quando foi surpreendido pelo assaltante também de nome Elias, jovem, magro, estatura mediana, que teria tentado roubar o rádio do carro. Os dois se atracaram e despencaram de mais dez metros. Amigos pularam no córrego e tentaram reanimar Ferreira, cujo coração ainda batia. Socorrido ao Hospital Pirajussara, não resistiu. O criminoso saiu do rio andando e só escapou de ser linchado com a chegada da polícia.

De acordo com moradores, ambulância do Samu e a PM chegaram somente uma hora depois, e os policiais não teriam colhido depoimentos das testemunhas e só ouvido a versão do assaltante, de que se tratava apenas de briga de rua. “Quando chegamos na Delegacia do Taboão, falaram que estava mudando o plantão, e ele estava para ser liberado”, relatou uma vizinha, inconformada com o atendimento. O acusado deve responder por latrocínio (roubo com homicídio) e ficar detido no CDP de Itapecerica da Serra.

Cartaz fixado em frente a borracharia do comerciante morto no domingo (13). (Foto: Adilson Oliveira)

“Esse nóia” nunca tinha sido visto no bairro, mas muitos moradores são assaltados quase todo dia por usuários de drogas no local, relatam os vizinhos. Mas conhecidos da vítima protestam também contra a falta de grade em torno do córrego, que está em canalização que já dura dois anos. “Se tivesse a proteção, ele não teria morrido, e foi a terceira vítima. Já cansamos de falar com a empreiteira, a prefeitura, eu tenho filho pequeno, mas não somos ouvidos, é uma vergonha”, disse a assistente comercial Crislaine Lima, 27.

Caçula de três filhos, Ferreira morava em sobrado na rua Arlindo Genário de Freitas com a mãe de mais de 70 anos. Tinha havia uma década borracharia no Jardim Guaciara, fechada ontem com aviso de luto. “Ele era trabalhador, conquistou muitas coisas com o negócio que tinha formalizado junto à prefeitura não fazia muito tempo”, disse o eletricista Eduardo Rodrigues, 35, que o considerava um irmão – “crescemos juntos”. O enterro do comerciante, muito querido no bairro, reuniu 300 pessoas, no Cemitério da Saudade.

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