Por Allan dos Reis, Direto da Redação
O presidente da Câmara de Taboão da Serra Eduardo Nóbrega (PR) e a vice Joice Silva (PTB) apresentaram na semana passada um requerimento em apoio ao presidente da CBF José Maria Marin, que é acusado de ser um dos colaboradores da ditadura e ter incitado os militares contra o jornalista e diretor da TV Cultura, à época, que acabou sendo morto em 1975 após tortura na sede do DOI-Codi em São Paulo. O documento vai à votação na noite desta terça-feira, dia 30 de Abril.
O requerimento justifica a defesa a Marin afirmando que são “tentativas infundadas de vinculá-lo à morte do jornalista Wladimir Herzog, diretor de cultura à época dos fatos”. Porém, entre os acusadores está Ivo Herzog, filho da vítima, que pede a renúncia da presidência da CBF e deixe o comitê organizador da Copa de 2014.

“[O deputado] José Maria Marin fez um aparte ao discurso do deputado Wadih Helu, no qual ele denunciava o jornalismo da TV Cultura que era dirigido por Wladimir Herzog. Neste aparte José Maria Marin pede uma intervenção do governo, das autoridades, para que volte a paz a reinar nos lares paulistanos e no jornalismo da TV Cultura. Coincidência ou não, 15 dias depois o Wlado era preso e dois dias depois aparece ‘suicidado’ que era a versão oficial”, explica o jornalista Juca Kfouri, em seu programa na ESPN Brasil.
Na semana passado o vereador Professor Moreira (PT) criticou o requerimento e garante que não vai votar a favor de um requerimento que defende um dos homens da ditadura, que perdurou no país por mais de duas décadas. “Não existem dois Marins. Só existe o Marin da ditadura”, diz.
Junto com o deputado federal Romário (PSB), Ivo Herzog colheu 54 mil assinaturas em sua petição online solicitando a saída de Marin da CBF e do Comitê organizador da Copa.
“Leia o requerimento 115/2013 – Joice Marques da Silva e Carlos Eduardo Nóbrega – requer seja consignado em ata dos trabalhos desta Casa moção de apoio ao ex-vereador, ex-deputado Estadual, ex-Governador do Estado de São Paulo e atual Presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, tendo em vista, tentativas infundadas de vinculá-lo à morte do jornalista Wladimir Herzog, diretor da TV cultura à época dos fatos.