Por Allan dos Reis, no Parque Pinheiros, Centro e Parque Assunção*
*atualizado no dia 31/10 às 14h38
Eram por volta 16 horas quando as primeiras notícias de um suposto toque de recolher em Taboão da Serra começaram a aparecer nas redes sociais. No Facebook e Twitter jovens relatava que a determinação começou no Jardim Guaraú, bairro em São Paulo, que faz divisa com o Jardim Monte Alegre, em Taboão. Duas horas depois, o clima de incertezas dominava a população e algumas escolas preferiam mandar os seus alunos para casa por precaução.
O Taboão em Foco percorreu quatro escolas no início da noite e três delas não tiveram aulas. Exceção feita à escola estadual Professora Lucia de Castro Bueno, no Parque Pinheiros, onde as aulas aconteceram normalmente. Porém, no local, também acontecia a reunião mensal do conselho de segurança comunitária do bairro e viaturas da polícia davam segurança no local.
“Não está acontecendo nada. Isso é coisa de aluno que liga para os pais e mandam eles ligarem para escola. E como muitos ligam, isso vira uma boataria”, revelou um PM que participava da reunião.
Já o 2º tenente da PM Uelton, a polícia está combatendo o crime organizado e para isso é preciso “bater no lucro” deles. “O Estado é forte”, garante. Inclusive, ele relatou um encontro com a cúpula da polícia paulista, que prometeu dar o “apoio necessário a Taboão e Embu” no combate a criminalidade.
Já a direção das escolas Jornalista Wandick Freitas, ao lado da prefeitura, Domingos Mignoni, ao lado do distrito policial, e Antonio Inácio Maciel na frente da Câmara dispensaram os seus alunos e cancelaram as aulas.
O clima de tensão no município começou no dia 9 de Outubro com a morte de oito pessoas, além de uma grande quantidade de feridos. Um dos mortos era policial militar.
ESCLARECIMENTO
A diretora Silvia Américo da escola Lúcia de Castro Bueno, no Parque Pinheiros, ligou na tarde desta quarta-feira, dia 31, à redação do site para informar os motivos da direção em manter a unidade de ensino funcionando normalmente, mesmo com boatos de um suposto ‘toque de recolher’ na última segunda (dia 29).
“A Direção da Escola Lúcia de Castro Bueno, tomou a decisão de manter a escola funcionando após entrar em contato com as autoridades [policiais] que informaram não passar de boatos infundados e de não haver nenhuma orientação oficial que justifique a suspensão das aulas”, diz Silvia.
Ela também informa que os pais que ligaram na escola foram orientados a buscar informações com o policiamento local para “decidir por mandar ou não o filho para a escola”.