loader-image
temperature icon 22°C

Artigo: Por todos os meses amarelo

Compartilhar notícia

Por Vanini Mandaj*

A morte por suicídio é considerada uma morte evitável. É um problema de Saúde Pública, complexo, tem causa multifatorial e deve ser analisado por diferentes aspectos que incluem não só a saúde, mas também, emprego, moradia, educação, cultura, lazer entre outros.

O suicídio é um comportamento caracterizado pela ideação e o ato deliberado de autoaniquilação, pensamentos de morte e podem ser acompanhados de planos estruturados ou não, imediatos ou não (Porto, 2019). Alguns fatores podem indicar maior risco e devemos ficar mais atentos como transtornos mentais como depressão e esquizofrenia, abuso de álcool e drogas ilícitas, ou ainda perdas recentes.

Em Taboão da Serra foram registrados 11 óbitos por lesões autoprovocadas com maior incidência no sexo masculino e na faixa de 15 a 29 anos e 50 a 59 anos (Datasus, 2019). Com relação às notificações por violência autoprovocada, de caráter compulsório, foram registradas 444 notificações com maior incidência na faixa etária de 15 a 29 anos, no mesmo período (Datasus, 2019).

É de conhecimento de todos os números crescentes, mas o que mais preocupa é que o ato é a consequência de um processo, somente a ponta do iceberg. Precisamos pensar no apoio a estas pessoas muito antes e resgatar os fatores protetivos como a família, comunidade, trabalho, crenças religiosas e acesso aos serviços de saúde.

A atenção às mudanças de comportamento das pessoas próximas é o primeiro passo que podemos ter para a prevenção ao suicídio e buscar apoio nos serviços de saúde mental antes do agravo é fundamental. Em nosso município você pode procurar pelos Centros de Atenção Psicossociais (CAPSs) e todas as unidades básicas de saúde possuem equipes de saúde mental com psiquiatria e psicologia para acolher, acompanhar e cuidar destas pessoas ao menor sintoma de sofrimento mental.

Mais do que falar sobre a valorização da vida e a prevenção ao suicídio, precisamos agir e esse agir começa na empatia com as pessoas a nossa volta. Acolha, não julgue, ajude-a a procurar os serviços de saúde mental. Sim, somos todos responsáveis nessa prevenção e que ela seja permanente todos os meses do ano.

Vanini Mandaj, é coordenadora de saúde mental de Taboão da Serra, Fonoaudióloga, Mestre em Ciências e especialista em Saúde Pública.

*O artigo não reflete, obrigatoriamente, a opinião do Taboão em Foco.

Veja também