Por Vanini Mandaj*
Os mistérios que rondam o Transtorno do Espectro Autista (TEA), apesar de algumas décadas de estudos, continuam causando interesse na comunidade científica, técnica, familiares, militantes e simpatizantes da causa.
As mudanças legais positivas ainda não foram garantia de mudanças na vida prática e aqui, cabe a nós uma reflexão: qual o lugar do autista nos sistemas públicos de atendimento?
Sempre pensamos em melhorar cada vez mais as técnicas de tratamento, capacitar técnicos e espaços para lidar com o F84, tarefa necessária, mas esquecemos que um espectro de sintomas gera também um espectro de demandas diferentes e individualizadas. Por isso necessitamos também garantir a acessibilidade a esses tratamentos e atendimentos seja na saúde, assistência social, educação, cultura e outros.
Nossa preocupação, portanto, deve ser olhar para o sujeito que nos apresenta esse diagnóstico e entender o que, quando, quanto e como devemos oferecer os serviços para auxiliá-los, bem como suas famílias, a ter uma qualidade de vida favorável.
Nesse sentido, Taboão da Serra possui uma rede de serviços e técnicos que juntos podem articular essas demandas individuais e específicas, e principalmente, tratar esse sujeito com TEA com respeito e inclusão social. Assim, em nossa rede, o sujeito com TEA não tem um único lugar, mas tem a garantia de todos os lugares que ele merece estar.
* Vanini Mandaj, é coordenadora de saúde mental de Taboão da Serra, Fonoaudióloga, Mestre em Ciências e especialista em Saúde Pública.
*O artigo não reflete, obrigatoriamente, a opinião do Taboão em Foco.


