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ARTIGO: Seletividade alimentar: O que fazer?

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Por Edna Mendonça*

A seletividade alimentar é um tema que preocupa muito os pais, pois desde muito pequenas as crianças dentro do Espectro Autista, podem apresentar alguma aversão aos alimentos, que pode evoluir para um quadro mais grave, acentuando-se e permanecendo até a adolescência e vida adulta.

Caracterizada por recusa alimentar, pouco apetite e desinteresse pelo alimento, a seletividade alimentar, pode trazer prejuízos nutricionais que afetam o desenvolvimento infantil.

Mas o que fazer se meu filho/a não quer comer?

Primeira coisa, a criança deve ser avaliada por profissionais especializados para que seja identificada a causa da seletividade, pois se sabe que as principais são:

Rigidez Comportamental: relutância em experimentar novos alimentos, novas rotinas, novas pessoas…

Musculatura motora oral subdesenvolvida: A criança pode apresentar inabilidade em deglutir, mastigar…

Problemas sensoriais: A criança pode ter aversão a cor, forma, cheiro, textura em relação ao alimento. A criança não consegue lidar com os estímulos sensoriais, ou é exagerado (hiperesponsivo) ou reduzido hiporesponsivo.

Questões médicas: Problemas no trato gastrointestinal, alergias alimentares, intolerância alimentar.

A partir do momento que é identificado o principal fator para a seletividade alimentar, os pais podem buscar o trabalho de uma equipe multidisciplinar. Ou seja, não é indicado o empenho de um só profissional, a seletividade alimentar requer atenção de uma equipe formada por Psicólogo Analista do Comportamento, Fonoaudiólogo, Nutricionista e terapeuta ocupacional de Integração Sensorial.

Em casa os pais poderão empenhar-se em atividades como:
  1. Enriquecer o ambiente e brincadeiras com alimentos verdadeiros e falsos. A comida deve estar presente no dia a dia, ser uma coisa comum.
  2. Se a criança rejeitar o alimento, não o retire da rotina, não o esconda. Continue apresentar, mas sem forçar a criança a comer.
  3. Apresente alimentos de forma gradual, deixe a criança sentir curiosidade (pegar, cheirar…), afinal todos nós podemos ter receio do novo.
  4. Respeite a saciedade da criança, ou seja, respeite o “não quero mais”.
  5. Não disponibilize eletrônicos no momento da alimentação, eles desviam a atenção e rompem qualquer vínculo que a criança possa ter com o alimento.
  6. Alimente-se com o mesmo tipo de alimento que incentiva a criança, seu exemplo pode influenciar no comportamento alimentar.
  7. Incentive e valorize pequenos avanços.

Abaixo o trecho do livro, “Sou autista e agora?”

“Entendo porque não gostava de alguns alimentos, alguma coisa neles me incomodava, podia ser o cheiro, cor, textura, o barulho que fazia ao mastigá-los, ou até mesmo algo relacionado a uma mania, como a ordem que eles eram colocados no prato. Nem sempre a seletividade alimentar está relacionada ao sensorial, pode ser também devido a rigidez de pensamento e dificuldade de lidar com mudanças”.

Fontes: RochaG. S. S.; JúniorF. C. de M.; LimaN. D. P.; SilvaM. V. da R. S. da; MachadoA. da S.; PereiraI. C.; LimaM. da S.; PessoaN. M.; RochaS. C. S.; SilvaH. A. C. da. Análise da seletividade alimentar de pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 24, p. e538, 20 jun. 2019.
Sou Autista! E agora? Camila Batista, 2021

*Edna Mendonça é psicóloga especialista em ABA – CRP133574 – atua na Clínica Figueiredo & Lima – Para falar com a autora: ednams87@gmail.com

 

*O artigo não reflete, obrigatoriamente, a opinião do Taboão em Foco.

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