
Quando as urnas se fecharam no fim da tarde de domingo, dia 3 de Outubro, havia uma grande expectativa em relação à candidatura da primeira-dama de Taboão da Serra, Dra. Rosiane Farias (PSB), candidata a deputada federal. Com gasto estimado de R$ 5 mi e a força da máquina pública, que nos dois meses que antecederam a eleição inaugurou diversos equipamentos públicos, como unidades de saúdes, praças, centro de zoonoses, aumentos salariais entre outras benfeitorias, havia uma grande expectativa em sua eleição.

Porém, quando todas as urnas foram abertas houve uma grande decepção. A candidata teve apenas 45.862 votos.
No dia da eleição, Rosiane falou à imprensa que esperava pelo menos 90 mil votos, sendo 35 mil, para cima, no município de Taboão da Serra. Alguns dias antes o prefeito Dr. Evilásio Farias, questionado por um jornalista, chegou a prever, em tom de brincadeira, um milhão de votos.
Mas a maior derrota aconteceu dentro de ‘casa’ onde a candidata teve apenas 12,6% dos votos válidos do eleitorado de Taboão da Serra. Foram 16.817 votos.
Sem entrar em detalhes, mas para que possamos ter algum parâmetro de comparação, a candidata a deputada federal eleita, Bruna Furlan (PSDB), filha do prefeito de Barueri, obteve 40,99% dos votos válidos daquela cidade.
Mas afinal. O que aconteceu?
De forma unânime, todos ouvidos pelo site TF creditaram a derrota nas urnas ao aumento abusivo do IPTU, feito através da correção da planta genérica de valores.
Numa reunião no Jardim das Oliveiras o prefeito chegou a ouvir de um dos líderes que “estava difícil” conseguir apoio da população para a candidatura da primeira-dama.
Às pressas, a Comissão de Justiça e Redação da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Dr. Alexandre Depieri (PSB) e candidato a deputado estadual derrotado, tirou da gaveta o projeto de iniciativa popular que pede a revogação da planta genérica de valores.
A tentativa de melhorar a imagem neste quesito não surtiu efeito. Até mesmo o estranho parecer favorável da Comissão – que contrariou o parecer da Procuradoria Jurídica da Casa – não teve efeito. Agora o projeto está na comissão de finanças, presidida pelo vereador Natal (PP).
Mas afinal. O que deu errado?
O site TF perguntou a alguns políticos da cidade o que deu errado. Confira o que eles disseram.
Secretário de Finanças e Presidente do PSB em Taboão da Serra
– A gente esperava uma votação mais densa. O desempenho foi bom, embora a gente esperasse mais votos. As duas maiores votações para deputado federal em Taboão da Serra foram do Dr. Evilásio e da Rosiane.
– O IPTU teve reflexo. Nós sabemos que isso trouxe um prejuízo político para nós. Talvez o momento político não tenha sido apropriado. É uma soma de fatores para o insucesso da candidatura.
– A cidade ainda não se conscientizou da necessidade dos candidatos da região. A gente lamenta. Chega a ser um absurdo o caso Tiririca [que teve 11 mil votos em Taboão. Na região ele teve 30,6 mil votos. Mais que a candidata Dra. Rosiane que teve 27,3 mil]
Ele também destacou outros pontos que influenciaram no processo eleitoral.
– A campanha foi curta e talvez tenha faltado mais empenho da campanha. Quando ela lançou à candidatura [dia 29 de Maio] a base tinha três candidaturas e as pessoas já tinham conversas adiantadas.
Ex-prefeito de Taboão da Serra
– O desgaste que o atual prefeito [Dr. Evilásio] tem sofrido. O aumento de impostos [IPTU] e o congelamento de salários, mesmo tendo dado aumentos recentes.
Sobre a comparação com a candidata de Barueri, Andrade disse que “o prestígio do Rubens Furlan [prefeito de Barueri] é muito alto. Ele já conseguiu eleger sucessor e tem prestígio muito alto. Em Taboão isso não se consolidou”.
Olívio Nóbrega
Vereador de Taboão da Serra por 6 mandatos
– Eu acredito que a Planta Genérica de Valores pesou. Em respeito à Rosiane nós não fizemos campanha para deputado federal.
Sobre a agenda positiva nos últimos meses que incluiu aumento de salário e novos equipamentos públicos, Olívio afirmou que “Hoje em dia os eleitores não se deixam levar por ações imediatas”.
Por Allan dos Reis