Por Allan dos Reis, no Jardim Helena
Uma articulação feita por membros da base governista na Câmara Municipal terminou com a aprovação de um requerimento exigindo que o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) faça um estudo e responda em até 15 dias a viabilidade de concessão de vale-transportes e dissídio aos servidores municipais. Assinaram originalmente o documento
Além do requerimento, o mesmo grupo protocolou minutos antes um ofício na Prefeitura Municipal com o mesmo teor, cobrando o governo. A medida é também uma resposta aos servidores da educação, que estão em greve desde o início do mês, exigindo exatamente os benefícios contidos no requerimento.
“Precisamos mostrar aos servidores a real situação dos servidores com números e dados para saber o que pode ou não ser feito. Não queremos mais essa história de que vereador A ou B vai conseguir. Ou o C está com o servidor. A melhor forma de mostrar é através de dados para que possamos reunir todas as categorias, que já nos procuraram”, diz Joice Silva, presidente da Câmara.
O pedido de informações expõe o governo que ao longo dos anos não deu nenhum reajuste, com raras exceções como os médicos, os vereadores que assinaram o documento repetiram diversas vezes que “são base” e que não estão “colocando uma ‘faca’ no pescoço” do prefeito ao tratar do tema.
“Ninguém está colocando faca no pescoço de ninguém. Agora é a hora de sentar e discutir com o funcionalismo”, pediu André Egydio, vereador do PSDB. Palavras idênticas utilizou o vereador Ronaldo Onishi (SD). “Ninguém aqui está colocando faca no pescoço”, diz.
Já o líder do governo, Eduardo Nóbrega (PSDB), que pediu para subscrever junto com os outros três parlamentares que não foram convidados para participara da ação criticou a estratégia em tribuna e alegou em coletiva que o requerimento mostra o caminho que vão seguir.
“Um recado muito duro e direto ao prefeito Fernando Fernandes. Esse grupo vitorioso tem demandas para serem resolvidas com o governo e parece que acham que o momento certo de cobra-las é agora. Antigamente eu iria à tribuna para uma defesa cega do governo. É legítimo e eles têm força para isso. […] Não abala nada a base governista, mas mostraram as garras e o caminho que vão seguir”, diz Nóbrega.
Fernandes tem repetido há mais de um ano que as condições financeiras da Prefeitura impedem qualquer tipo de reajuste ao funcionalismo. A última declaração que tratava do tema foi durante a inauguração do restaurante Bom Prato, no início do mês.
“O dia que for dar aumento, não vai ser para uma categoria. Vou dar aumento para todos. E só não dei aumento até agora porque eu tenho responsabilidade. A nossa Prefeitura não atrasa um dia o pagamento, paga todos os seus encargos corretamente. Eu prezo por isso. Não adianta eu querer dar uma de bacana e dar aumento e não conseguir pagar salário. Não faço isso”, reforçou o prefeito na ocasião.