Por Allan dos Reis, no Jardim Maria Rosa, em Taboão da Serra
Os vereadores de Taboão da Serra passaram mais uma noite sem aprovar qualquer projeto de lei, mas a sessão nesta terça-feira, dia 11, chamou a atenção de todos pela grande confusão que envolveu cinco vereadores, que trocaram acusações, ameaças e por muito pouco não houve agressões físicas. Os principais alvos foram os candidatos a prefeito Fernando Fernandes (PSDB) e Aprígio (PSB), que também é vereador.
Enquanto os vereadores Aprígio, Wagner Eckstein (PT) e Valdevan Noventa (PDT) atacavam o ex-prefeito e candidato Fernandes, os vereadores Paulo Félix (PMDB) e Olívio Nóbrega (PR) defendiam o tucano e atacavam o candidato Aprígio.
O principal ponto de discussão girou em torno do Shopping Taboão, construído na administração tucana, e que após oito anos de administração do PSB não construiu a segunda alça de acesso sobre a rodovia Régis Bittencourt, sentido Curitiba, prevista no projeto. Mas pesquisa eleitoral divulgada no início da semana que mostra Fernando com 70% das intenções de votos ajudou a acirrar os ânimos.
Após algumas provocações da dupla Félix-Nóbrega, que prometem creditar ao candidato Aprígio as consequências de um jornal que Noventa promete distribuir no município nos próximos dias com acusações a Fernandes, Aprígio foi à tribuna e repetiu as acusações que o seu candidato a vice petista já havia feito minutos antes contra o centro de compras.
“Precisamos ver desde quando o shopping não pagou imposto [IPTU]. Houve pagamento do ITBI? Acho que temos que fiscalizar”, pediu Aprígio, que trata do tema pela primeira vez, já no fim de seu segundo mandato.
“[Teve] Oito anos para ver o shopping e vão investigar agora na véspera da eleição?”, questionou Félix, que também criticou a cooperativa habitacional presidida por Aprígio, e disse que o candidato deu o “sinal verde” para uma campanha eleitoral suja.
Já Olívio, que no fim da sessão pediu serenidade a todos, levantou dúvidas sobre o patrimônio de Aprígio e lembrou que impostos como a taxa de luz foi reajustada pelos atuais vereadores.
Chamando a responsabilidade para si, Noventa voltou a repetir, e prometer provas, que existia um plano diabólico criado pelo candidato Fernandes, em conluio com a polícia, para que o tucano não tivesse concorrente na disputa na sucessão municipal.
“Nós do PDT vamos sair nos quatro cantos desta cidade e mostrar o que o Fernando fez”, disse Noventa após citar “coisas meio esquisitas” no governo do atual candidato do PSDB.
Quando a sessão já devia ter acabado, Aprígio voltou à tribuna e exigiu falar, e bateu boca com os vereadores. “Vocês só querem falar e não querem ouvir. E nessa campanha vocês têm que ouvir. Eu não vou baixar a orelha para vocês”, gritou, bateu na tribuna e colocou uma série de questionamentos a respeito do shopping.
Se as ameaças e provocações forem realmente colocadas em prática nos próximos dias, a tendência é de que a reta final de campanha eleitoral deixe para trás o clima de “paz e amor” e se transforme em “guerra”.