Da chuva paulistana à saúde taboanense

Hoje, 8 de Dezembro, cerca de 25 pessoas tiveram que voltar para casa sem realizar o ultrassom agendado na Unidade Básica de Saúde do Jd. Helena. Motivo: chuva.

Sim, chuva! Segundo funcionária da UBS, o médico responsável pela realização dos exames vinha de Brasília e ao chegar em São Paulo deparou-se com a imobilidade da cidade perante os alagamentos causados pela chuva e não conseguiria chegar à tempo.

As Remarcações

As pessoas que aguardavam para o exame já haviam sido prejudicadas no último sábado quando a máquina de ultrassonografia quebrou e o exame foi cancelado e remarcado para hoje. Isso sem contar que alguns pacientes aguardaram meses na fila de espera até serem chamados.

Agora, com a falta do médico todos tiveram seus exames remarcados para sábado. Resta torcer para a máquina não quebrar e também para não chover.

Reações diversas dividiam os presentes

 Alguns pacientes esbravejaram, outros se remoíam em silêncio. Houve aqueles que reclamaram do dinheiro da condução gasta em vão, do tempo perdido, da ineficiência da saúde pública. Uns culpavam o governo, outros a chuva. Uns acreditavam ser puro azar e tinha até quem achava ser sorte.

Também havia aqueles poucos que tentavam compreender o motivo relacionando o noticiário da manhã com a ausência do médico. A cidade de São Paulo parou e o atendimento na saúde de Taboão da Serra também, mas afinal existe um culpado?

DA DRENAGEM URBANA PAULISTANA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA TABOANENSE

Não podemos simplesmente colocar a culpa em fenômenos meteorológicos

Fato é que a cidade de São Paulo não tem uma drenagem urbana eficiente e parece não haver indícios de investimentos na área, apesar dos tantos problemas recorrentes.

E a cidade de Taboão da Serra precisa investir em profissionais que morem na cidade e na manutenção dos seus equipamentos, para que o povo não saia prejudicado.

Drenagem urbana não é só um problema de São Paulo 

Taboão sempre foi vítima constante de enchentes e alagamentos, problema que teve repercussão nacional há poucas semanas quando diversos pontos da cidade sofreram com a chuva. E nem a secretaria de obras, nem a de manutenção ou a de desenvolvimento urbano parece ter um projeto de drenagem urbana para solucionar o problema.

Largo do Taboão na enchente do dia 26 de outubro
Largo do Taboão na enchente do dia 26 de outubro

Da Administração Pública

O atual cenário político do Brasil está caindo no descrédito. E também não existe apenas um culpado. Todos têm sua parcela de culpa: os políticos que entram no círculo da corrupção, a mídia sensacionalista – que, aliás, também perde crédito e assinaturas de leitores por forjar manchetes e artigos sem veracidade comprovada – e o povo por estar cada vez mais alienado e estático, que diante de tanto incomodo, simplesmente, se acomoda. E nossa democracia anda coxa e ninguém sabe se evolui ou regressa, ou se é necessário o estudo de outros sistemas político-sociais ou não.

A verdade mesmo é que a maioria daqueles políticos que andavam de lá pra cá, debaixo de chuva e de sol, pouco mais de um ano não estão em nenhuma UBS para saber a quantas andam e de seus problemas. E o povo? Ah! O povo… A grande maioria do povo anda acreditando que fez sua parte quando confirmou seu voto na urna e agora se limita a reclamar esperando que a solução cai do céu junto com a chuva…

*Álvaro Diogo é aluno de Hidráulica e Saneamento Ambiental na FATEC-SP, mora na cidade de Taboão da Serra desde que nasceu e tem sede de conhecimento e informação.

0 comentário em “Da chuva paulistana à saúde taboanense”

  1. Ótima matéria!
    Gostei da parte em que ele fala que todos temos culpa. Ele sabe dissernir com clareza os fatos, sem apontar e generalizar.
    Tá de parabéns!

  2. Parabens Alvaro Diogo. Bela matéria.
    Espero que a população de nossa cidade aprenda a cobrar e a exigir cada vez mais uma intervenção do representante que ele elegeu afim de resolver esses problemas.
    Acredito que ao longo dos ultimos anos, com a ajuda de alguns meios de comunicação que fazem um trabalho sério como o desse site, o cidadão tem aprendido aos poucos a cobrar do vereador ou do prefeito que ele votou.
    Agora espero que os eleitores comecem a utilizar a tecnologia para fazer sua manifestação, pois não são todos que podem participar de um protesto durante a semana as 10:00h da manhã. Sendo assim acredito devemos utilizar os meios de comunicação disponiveis na web e encher a caixa de mensagem desses senhores com reclamações de todos os tipos. E se não tivermos nenhuma resposta em relação ao nosso problema devemos ter registrado essas reclamações para mostrar a eles (politicos) na hora que eles vierem nos pedir um voto nas próximas eleições.
    Sei que não é um trabalho facil, mas é necessaria e eficaz. Porque se o politico foi acionado em uma necessidade nossa e não nos deu nem uma resposta deve ser banido da vida publica. E a população tem que aprender que tem esse poder nas mãos.

    Wilson.
    http://www.twitter.com/wilsoneconomia

  3. Sim, muito boa mesmo a matéria. É bom ver que ainda existem pessoas com o espírito de luta necessário para mudar o nosso país. Você demostrou clareza e compreenção do assunto, muito bem mostradas com essas palavras. Parabéns!

  4. Sustentabilidade! É o que me veio a cabeça ao acabar de ler essa matéria. Eu acredito que não sou o único a me incomodar em ouvir o absurdo de: “o médico responsável pela realização dos exames vinha de Brasília e ao chegar em São Paulo (…)”; Impensável uma atitude destas, não há em são paulo, até mesmo em taboão, um médico competente a fazer tal trabalho. Acredito que a verba investida nesta viagem, transporte, e volta pagaria bem algum profissional competente da cidade.

    Sustentar-se de recursos delimitados as terras taboanenses é, ao mesmo tempo, valorizá-la. Investimentos em pontos críticos abordados por você é um belo caminho.

    Como o Wilson disse, que se façam e-mails, artigos, colunas, matérias e jornais. Vamos lembrá-los de tudo isso no dia das eleições.

    Abraços

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