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Em aliança ‘financeira’, PC do B declara apoio anunciado a petista e ‘esquece’ Aprígio

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Por Adilson Oliveira, no Pirajuçara, em Taboão da Serra

O PC do B de Taboão da Serra oficializou na sexta-feira, dia 25, aderir à pré-candidatura do petista Wagner Eckstein à sucessão na cidade e não mais apoiar Aprígio (PSB), mas já tinha tomado a decisão havia mais de 20 dias, depois que obteve garantias de acerto financeiro com o PT para financiar a campanha dos postulantes comunistas. A Executiva municipal se apressou em desautorizar Luiz Lune no anúncio, na semana passada, de que seria vice do candidato governista.

Em palanque com Toninho (1º à dir.), o líder do PC do B Aldo Rebelo discursa em evento em que confirmou apoio do partido a Aprígio (1º à esq.) (Foto: Adilson Oliveira/Taboão em Foco - 14.abr.12)

Presidentes de partidos da base do governo Evilásio Farias (PSB) tiveram a informação no dia 3 de maio de que o PC do B se uniria ao PT, que teria oferecido uma quantia vultosa para que os comunistas abandonassem a primeira opção. Em reunião na data seguinte, “decisiva” para a pré-candidatura de Aprígio na tentativa de aplacar a desconfiança entre aliados e consolidar apoio, o presidente do PC do B, Antonio Gomes, o Toninho, não marcou presença, tida como crucial.

No fim de 2011, Toninho ergue o braço do vereador Aprígio, na época seu pré-candidato a prefeito. (Foto: Allan dos Reis)

“Aprígio perdeu a eleição hoje”, avaliou um presidente sobre o clima na base com a refugada do PC do B. “O prefeito está cuspindo fogo”, acrescentou. Evilásio protagonizou o desgaste com atrito que, embora não decisivo, culminou com o rompimento. Ele e Toninho tiveram um bate-boca por divergência sobre o rumo da pré-candidatura. “Ficou feio o negócio. Evilásio falou que a coordenação era uma m…, não prestava…”, disse um dirigente. Toninho era um dos dois coordenadores.

Toninho, porém, foi categórico em dizer, em entrevista ao Taboão em Foco, que o PC do B considerava Aprígio “o candidato mais preparado para administrar Taboão da Serra” e que, ainda, articulava para “que o PT some com a gente”. Ele foi além. “Não é o momento político do PT ainda em Taboão. A pré-candidatura [de Eckstein] não foi construída junto com todos os partidos da base, por sinal, o PT hoje se encontra e declara sair sozinho [para a eleição]”, alfinetou.

Ele fez a declaração apenas uma semana antes do entrevero com Evilásio e durante a presença em Embu das Artes do ministro Aldo Rebelo, o maior expoente do PC do B, “que ratificou aquilo que já era decisão tanto da Executiva municipal como orientação da [direção] estadual, o apoio incondicional ao candidato do PSB hoje, vereador José de Aprígio”, retumbou Toninho, que levou o candidato a tiracolo para pedir a “bênção” do grão-comunista. A testemunha foi o vereador Ronaldo Onishi (PSB).

Confrontado na quarta-feira com a informação de que o PC do B não tinha decidido apoio ao seu nome e que negociava com o PT e o oposicionista Fernando Fernandes, Aprígio disse: “A política é dinâmica”. Depois, que Toninho não seria incoerente, já que “sempre declarou apoio a meu nome, tanto que afirmou isso ao presidente nacional”. “O que faria ele mudar em tão pouco tempo?”, cobrou resposta da reportagem, duvidando do “desembarque” comunista. Pragmático, o PC do B tinha também proposta financeira do PSDB. Já o PSB não teria feito nenhuma.

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