Por Adilson Oliveira, no Pirajuçara, em Taboão da Serra
O PC do B de Taboão da Serra oficializou na sexta-feira, dia 25, aderir à pré-candidatura do petista Wagner Eckstein à sucessão na cidade e não mais apoiar Aprígio (PSB), mas já tinha tomado a decisão havia mais de 20 dias, depois que obteve garantias de acerto financeiro com o PT para financiar a campanha dos postulantes comunistas. A Executiva municipal se apressou em desautorizar Luiz Lune no anúncio, na semana passada, de que seria vice do candidato governista.
Presidentes de partidos da base do governo Evilásio Farias (PSB) tiveram a informação no dia 3 de maio de que o PC do B se uniria ao PT, que teria oferecido uma quantia vultosa para que os comunistas abandonassem a primeira opção. Em reunião na data seguinte, “decisiva” para a pré-candidatura de Aprígio na tentativa de aplacar a desconfiança entre aliados e consolidar apoio, o presidente do PC do B, Antonio Gomes, o Toninho, não marcou presença, tida como crucial.
“Aprígio perdeu a eleição hoje”, avaliou um presidente sobre o clima na base com a refugada do PC do B. “O prefeito está cuspindo fogo”, acrescentou. Evilásio protagonizou o desgaste com atrito que, embora não decisivo, culminou com o rompimento. Ele e Toninho tiveram um bate-boca por divergência sobre o rumo da pré-candidatura. “Ficou feio o negócio. Evilásio falou que a coordenação era uma m…, não prestava…”, disse um dirigente. Toninho era um dos dois coordenadores.
Toninho, porém, foi categórico em dizer, em entrevista ao Taboão em Foco, que o PC do B considerava Aprígio “o candidato mais preparado para administrar Taboão da Serra” e que, ainda, articulava para “que o PT some com a gente”. Ele foi além. “Não é o momento político do PT ainda em Taboão. A pré-candidatura [de Eckstein] não foi construída junto com todos os partidos da base, por sinal, o PT hoje se encontra e declara sair sozinho [para a eleição]”, alfinetou.
Ele fez a declaração apenas uma semana antes do entrevero com Evilásio e durante a presença em Embu das Artes do ministro Aldo Rebelo, o maior expoente do PC do B, “que ratificou aquilo que já era decisão tanto da Executiva municipal como orientação da [direção] estadual, o apoio incondicional ao candidato do PSB hoje, vereador José de Aprígio”, retumbou Toninho, que levou o candidato a tiracolo para pedir a “bênção” do grão-comunista. A testemunha foi o vereador Ronaldo Onishi (PSB).
Confrontado na quarta-feira com a informação de que o PC do B não tinha decidido apoio ao seu nome e que negociava com o PT e o oposicionista Fernando Fernandes, Aprígio disse: “A política é dinâmica”. Depois, que Toninho não seria incoerente, já que “sempre declarou apoio a meu nome, tanto que afirmou isso ao presidente nacional”. “O que faria ele mudar em tão pouco tempo?”, cobrou resposta da reportagem, duvidando do “desembarque” comunista. Pragmático, o PC do B tinha também proposta financeira do PSDB. Já o PSB não teria feito nenhuma.