Escola do Samba homenageia o compositor Batatinha

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Adriana Moreira canta composições de Batatinha

O sambista e poeta Batatinha, morreu em 3 de janeiro de 1997 sem que sua obra fosse reconhecida. Bamba tanto quanto Cartola, Candeia, Zé Kéti  e Nelson do Cavaquinho, o compositor sempre  teve sua  genialidade reverenciada por artistas como Maria Bethânia, que tem no seu repertório canções de Batatinha como “Só eu sei”, “Diplomacia”, “Toalha da Saudade”, “Imitação” e “Hora da Razão.

No próximo dia 29 de maio, a partir das 15hs, a cantora Adriana Moreira, mostra no Espaço Afrobase, faixas do seu disco que homenageia Batatinha  – Direito de Sambar.

No repertório canções como Jardim suspenso, Conselheiro, Rosa dos Ventos, Diplomacia entre outras.

Escola do Samba é um projeto que visa resgatar e difundir o samba de raiz  com eventos gratuitos no bairro do Rio Pequeno, na Zona Oeste da cidade de São Paulo. O formato das apresentações tem a finalidade de reunir sambistas, artistas e admiradores da cultura brasileira para homenagear os grandes compositores da história do samba.

Já passaram no Escola do Samba: Osvaldinho da Cuíca, Dona Inah, grupo Quinteto em Branco e Preto, Dinho Nascimento, Renato Anesi, Tião Carvalho e Toninho Carrasqueira.

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Sobre Adriana Moreira:

Adriana Moreira  teve o primeiro contato com a música – especialmente o samba – ainda criança na Escola de Samba Camisa Verde e Branco, onde foi praticamente criada.

Sua primeira experiência com a música, veio a acontecer em 1996 participando com a “Orquestra Paulista de Samba” da gravação do disco “O Cúmulo do Samba” do compositor Carlinhos Vergueiro. Em seguida integrou o núcleo de músicos e compositores que constituiu o Mutirão do Samba (1997 – 1999), movimento deflagrador de uma série de outras iniciativas notadamente o Samba da Vela, de Santo Amaro; e o Projeto Nosso Samba, de Osasco.

Trabalhou como backing vocal até 2002, neste período esteve ao lado de grandes sambistas, entre eles: Dona Ivone Lara, Monarco, Walter Alfaiate, Jorge Simas, Almir Guineto, Nelson Rufino,  Luis Carlos da Vila e Wilson das Neves. Em 2003 participou do projeto Ilustre e Desconhecido no Sesc Pompéia como cantora e também idealizadora do grande show em homenagem ao compositor Batatinha com participações de seus parceiros Nelson Rufino, Walmir Lima, Edil Pacheco, Riachão e seu filho Jorge Penha.

No começo de 2006 participou do show “Na cadência paulista do samba”, cinco espetáculos que reuniram artistas consagrados como Márcia, Jair Rodrigues, Paulo Vanzolini, Eduardo Gudin e caras novas do samba de São Paulo, na semana de aniversário da cidade. Ainda neste ano participou do novo cd do compositor paulistano Eduardo Gudin: Um jeito de fazer samba. Em Outubro lançou seu primeiro cd “Direito de Sambar – Adriana Moreira canta Batatinha (Oscar da Penha)”que tem direção musical de Edmilson Capelupi e arranjos, entre outros, de Eduardo Gudin. O cd foi lançado pela gravadora CPC – Umes, com dois espetáculos no Sesc Santana.

Em 2009 depois de ser convidada para cantar juntamente com seus respectivos interpretes nas duas mais tradicionais escolas de samba do carnaval brasileiro a Camisa Verde e Branco( sua escola do coração) e a Nenê da Vila Matilde, Adriana Moreira idealizou um grande show em homenagem as mulheres sambistas nesse mês de março. Nos dias 14 e 15 de Março no SESC Vila Mariana foi apresentado o espetáculo “Damas Bambas” Adriana Moreira, Fabiana Cozza, Gisa Nogueira e Dona Ivone Lara.

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Sobre Batatinha:

Desde os 15 anos Batatinha já compunha suas músicas, mas começou na carreira artística no rádio, inicialmente como cantor em 1944, levado pelas mãos do pernambucano Antonio Maria, que estava chegando a Salvador para dirigir a Rádio Sociedade da Bahia, emissora do famoso jornalista Assis Chateaubriand. O programa era intitulado “Campeonato do Samba”. Observando o jovem Oscar cantarolando coisas inéditas suas, e de artistas da época, especialmente do cantor paulista Vassourinha, o futuro autor de “Ninguém me ama/ninguém me quer..” é o primeiro a lhe incentivar a mostrar suas composições. A partir de então, Batatinha tornava-se um participante ativo desse mundo do rádio, concorrendo como calouro e como compositor. Foi assim que tirou um segundo lugar cantando 212, um samba de Roberto Martins e Mário Rossi.

A primeira a pessoa a difundir nacionalmente o nome de Batatinha, foi Maria Bethania, que já em seu primeiro álbum, “Maria Bethania”, RCA Victor, 1965, lançou, unidos numa mesma faixa, dois sambas dele: “Só Eu Sei” e “Diplomacia” (com J. Luna). Em 1971, ela o homenageia de novo, inserindo no show-disco, “Rosa dos Ventos”, Phillips, um bloco todo dedicado a ele, onde explicita o seu carinho e amor pela obra do mestre. Bethania dá o seu depoimento sobre o compositor e canta “Toalha da Saudade”, “Imitação” e “Hora da Razão” (a primeira e a última em parceria com J.Luna).

Em 1972, no disco “Drama”, Phillips, Maria Bethania, mais uma vez, grava Batatinha. Desta feita foi a canção “O Circo”, uma marcha rancho que fala da tristeza de um menino pobre que, na impossibilidade de assistir a um espetáculo de circo, se conforma em ficar do lado de fora da lona ouvindo apenas as gargalhadas do público (“todo mundo vai ao circo / menos eu, menos eu/ como pagar ingresso / se eu não tenho nada?/ fico de fora escutando a gargalhada”).

Pronto! O Brasil, pouco a pouco, começa a conhecer aquele compositor de rara inspiração, ombreando no mesmo nível de criação popular, com um Cartola ou um Nelson Cavaquinho, conforme opinião do cantor e compositor Paulinho da Viola, inserida na contracapa do disco “Samba da Bahia”.

Vários fatores contribuíram para que a obra de Batatinha quase ficasse no anonimato total. Era um homem simples e que não via a música como objeto apenas de consumo. Por isso nunca se preocupou em “catituar” espaço para as suas composições. Enquanto muitos artistas baianos, em busca do sucesso, migravam para o Sul do país, ele permaneceria em sua Salvador, no seu Pelourinho, freqüentando tranqüilamente as suas rodas de sambas e boêmias com os amigos. Era uma pessoa desprovida de ambições na vida, nasceu pobre e morreu pobre. Formava com o alegre Riachão, sua antítese no comportamento musical, com Panela (também falecido no anonimato), e mais tarde com os mais jovens companheiros, como Edil Pacheco, Ederaldo Gentil, Tião Motorista e Walmir Lima, o QG de resistência do samba na Bahia.

Escola do Samba: Adriana Moreira homenageia Batatinha

Local: Espaço AFROBASE

Endereço: Avenida José Joaquim Seabra, 856 – Rio Pequeno, Zona Oeste de São Paulo

Quando: 29 de Maio (domingo)

Hora: 15hs

Entrada: Grátis

Duração: 1h15

Informações: 55 11 2539-3555

Assessoria de imprensa: Iara Filardi

55 11 2083-7268

55 11 9318-3805

iarafilardi@terra.com.br

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