O site Taboão em Foco perguntou aos ex-prefeitos Fernando Fernandes, José Vicente Buscarini e Armando Andrade quais devem ser as prioridades do prefeito em seu último ano de governo. Afinal, o chefe do executivo, neste caso o prefeito Dr. Evilásio Farias, nos próximos – e últimos – 12 meses tem que conciliar a administração da cidade e trabalhar para fazer o seu sucessor.
Entre as principais preocupações, na opinião dos ex-prefeitos, está o controle dos gastos para não infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal, concluir as obras que já foram iniciadas e fazer as mudanças dos secretários – que vão disputar as eleições seja para prefeito ou a vereador – logo no início do ano
1) QUAIS DEVEM SER AS PRIORIDADES DO PREFEITO EM SEU ÚLTIMO ANO DE MANDATO? COMO FAZER?
FERNANDO FERNANDES: No meu entender, o prefeito tem que ter um plano de governo que contenha um projeto para os quatro anos e desta forma, o último ano já teria previsão desde o começo do mandato.
O grande problema de muitas administrações é justamente a falta de planejamento, é lógico que existem imprevistos e situações novas que surgem durante o mandato, mas o escopo principal deve estar contido no plano de governo.
Outro ponto importante em consequência da lei de responsabilidade fiscal é o limite de endividamento imposto por ela que deve ser rigorosamente cumprido na passagem do mandato, razão pela qual o prefeito tem que estar muito atento às finanças da prefeitura neste último ano, pois se não cumprir com a lei poderá ficar inelegível e responder com seu patrimônio pessoal.
JOSÉ VICENTE BUSCARINI: O último ano do mandato deve ser focado em concluir todos os compromissos assumidos durante a campanha e terminar o mandato com chave de ouro, honrando deste modo os votos que lhe foram confiados nas eleições.
ARMANDO ANDRADE: Devem ser priorizadas as obras iniciadas e não terminadas. Tomar muito cuidado com a lei de responsabilidade fiscal. Revisar os salários e procurar corrigir as eventuais injustiças.
2) E COMO CONCILIAR A ROTINA DE COMANDAR A PREFEITURA E A ELEIÇÃO MUNICIPAL QUE SE APROXIMA, ONDE O PREFEITO DESEJA FAZER O SEU SUCESSOR E MUITOS DE SEUS SECRETÁRIOS SONHAM EM DISPUTAR UMA VAGA NA CÂMARA MUNICIPAL?
FERNANDO FERNANDES: A rotina de um prefeito não deve ser alterada posto que ele não pode fazer campanha para o seu candidato durante o expediente de trabalho. Fora deste período, logicamente, o prefeito não deve poupar esforços para fazer o seu sucessor desde que ele acredite ser o melhor candidato.
Em relação aos seus secretários que pretendem concorrer à eleição para vereador, é necessário um planejamento para aquele que for sucedê-lo possa dar continuidade sem prejudicar o andamento da secretaria e a todos os projetos que estejam sendo desenvolvidos.
JOSÉ VICENTE BUSCARINI: A equipe de governo deve ser reformulada sem perder a personalidade e o comprometimento com a administração, conciliando o período de trabalho com o de campanha, mas sempre priorizando o bom funcionamento do governo.
ARMANDO ANDRADE: Trabalhar como se fosse início de mandato e só assumir compromissos políticos à noite e nos fins de semana. Fazer uma reforma no secretariado logo no início do ano para liberar todos os que são candidatos.
3) EXISTE ALGO QUE O EX-PREFEITO GOSTARIA DE DESTACAR A RESPEITO DO ÚLTIMO ANO DE MANDATO?
FERNANDO FERNANDES: (diz que a primeira resposta já contempla essa pergunta)
JOSÉ VICENTE BUSCARINI: Desejar que neste último ano, Taboão da Serra, desapareça das manchetes nacionais como palco de corrupção e desmandos de um mau governo. Porque o povo de nossa cidade não merece passar por tanta vergonha. E que o Poder Judiciário faça justiça a quem de direito, protegendo desta forma o nome e a dignidade de nossa cidade.
Desejo que todos tenham um ano repleto de realizações e não se esqueçam que neste ano de eleições, e necessário avaliar e investigar os candidatos antes das eleições, para que deste modo tenhamos uma cidade melhor.
ARMANDO ANDRADE: Provavelmente será um dos anos mais difíceis da administração, mas com muita habilidade e tolerância poderá chegar ao fim do mandato em clima de missão cumprida.
Por Allan dos Reis