Por Allan dos Reis, no Jardim Helena
O novo depoimento da ex-secretária de habitação Angela Amaral na Comissão Especial de Inquérito (CEI), semelhante a CPI, para investigar o processo de desdobro da Avenida Vida Nova aconteceu na tarde de quarta-feira (6) na Câmara Municipal. Ela já havia prestado depoimento na semana passada, mas alegou na ocasião que não teve acesso aos autos e por isso pouco acrescentou.
Agora com acesso aos documentos, Ângela prestou depoimento por horas, mas não fez nenhuma grande revelação. De uma forma geral, ela se esquivou dos questionamentos dos parlamentares que compõe a comissão. Ela não conseguiu explicar os motivos que levaram a Prefeitura de Taboão da Serra, na gestão Evilásio Farias, a desapropriar uma via que a Cooperativa Vida Nova tentou doar a administração municipal.
Nem mesmo conseguiu ser conclusiva na avaliação se no local ocorreu mesmo um desdobro ou loteamento, mas deixou alguns sinais. “Está claro que queriam viabilizar uma rua lá”, afirma Ângela. “[O primeiro processo] foi indeferido porque não tinham frente para rua. Depois mudaram o projeto e todos foram aprovados porque tinham frente” para essa rua, que a princípio era particular.
Pela lei, quando ocorre desdobro não é necessário deixar área institucional. Porém, a atual gestão da Prefeitura de Taboão da Serra entende que houve abertura de via e por isso deveria ter ocorrido loteamento e consequentemente terem deixado área institucional.
No final do depoimento, Eduardo Lopes (PSDB), disse à imprensa que sai “feliz” com o depoimento. “Se a Cooperativa [Habitacional Vida Nova] oferta essa rua e a Prefeitura [de Taboão da Serra] no primeiro momento não aceita, e depois quer desapropriar pelo valor de um centavo [o metro quadrado], a gente precisa entender. E as explicações da Angela foram muito enriquecedoras para colocar no relatório final”, garante.
Antes do término da oitiva, os vereadores aprovaram a convocação de mais duas pessoas. Nilcio Regueira Dias, que trabalhou na secretaria de habitação na gestão passada, e Marcos da Costa, que não teve sua função revelada.