Por Allan dos Reis, no Centro, em Taboão da Serra
O último Sarau do Binho de 2012, que virou itinerante após o prefeito da capital paulista fechar no fim de maio o bar que servia de palco para os encontros, aconteceu na noite de segunda-feira (10) no Espaço Clariô de Teatro em Taboão da Serra. Foram mais de três horas com muitas poesias, músicas e apresentações de artistas de toda região metropolitana de São Paulo.
“Foi um susto ter fechado o espaço, mas foi só o espaço [físico] porque na verdade acabou fortalecido mais. Acho que houve uma dimensão maior dos movimentos culturais, todo mundo apoiou essa luta”, afirma Binho. E completa. “A gente vê que o pessoal do Taboão está chegando mais e vem somar”, diz.
A noite foi mais uma mostra de que o “Sarau do Binho Vive” e muito bem. Prova disto foi a maneira emocionante com que o poeta Edgar Izarelli Oliveira, que sentado numa cadeira de rodas e com as suas limitações físicas emocionou os presentes. “Já inventaram a máquina do tempo? Eu quero chegar a nova era”, diz trecho de uma de suas poesias.
Se a nova era não chega, os novos poetas, sim. É o caso do jovem Ronie Ariel Silva que saiu do Butantã, em São Paulo para ler – com as mãos tremendo – a sua primeira poesia em público. Teve ainda o som de Zinho Trindade, de Embu das Artes, Gaspar do Z’África Brasil, com as suas letras bem elaboradas, e outros tantos artistas e poetas.
Com poucas oportunidades de cultura na cidade, o sarau serviu para agitar a noite de segunda-feira uma vez por mês, sempre na ‘segunda segunda-feira’. O próximo encontro em Taboão será em Fevereiro.
CULTURA EM TABOÃO
O diretor Mário Pazini, que abriu o espaço para receber o “Sarau do Binho”, conversou com o Taboão em Foco a respeito da cultura no município. Crítico pelo descaso com que a atual administração trata a área, ele ressalta que o “Espaço Clariô já recebeu mais de 30 peças de teatro em 2012”. Isso sem qualquer ajuda do governo local.
Pazzini diz que espera que o próximo prefeito Fernando Fernandes (PSDB) faça três coisas pela cultura: destinar 1% do orçamento para área, mudar o conselho municipal de cultura e criar uma lei de fomento. Com isso, “a cultura dará um passo importante”, acredita.