Da assessoria da Organização Cooperativas Estado de São Paulo
Em tempos de juros altos e dificuldades de crédito, o sonho da casa própria pode ficar ainda mais distante. Uma alternativa que cada vez mais ganha adeptos em São Paulo são as cooperativas habitacionais, com preços até 60% menores do que a média do mercado.
A principal vantagem do modelo, segundo o coordenador jurídico da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo), Paulo Vieira, é que o cooperado não depende de bancos e do sistema financeiro de habitação para adquirir seu imóvel.

O processo é coletivo, desde a inscrição na cooperativa até a entrega da casa ou apartamento, sem precisar recorrer a agentes externos. “Na cooperativa, que não visa lucro, o que existe é um rateio dos gastos, por se tratar de uma compra coletiva”, explica Vieira.
Um bom exemplo de que a crise imobiliária está passando ao largo das cooperativas habitacionais é a Vida Nova, sediada em Taboão da Serra (Grande São Paulo). Com 8,5 mil cooperados, o empreendimento é referência no país por trabalhar de forma autônoma.
No ano passado, entregou 6 mil unidades. Este ano, espera entregar mais mil. As primeiras 104 unidades deverão ser entregues na próxima segunda-feira. “Nossa propaganda é o boca-a-boca e o cartão de visitas é o prédio pronto”, diz Aprígio da Silva, presidente da cooperativa Vida Nova.
A contadora Áurea Maria Aparecida da Silva, 45 anos, tornou-se cooperada em 2009 e hoje mora em um apartamento de 76 metros quadrados com os dois filhos Caroline e William, no valor de R$ 132 mil (já quitado).
Áurea conheceu a cooperativa por indicação de um parente e um amigo e decidiu ser cooperada. “Não me arrependi. O valor das prestações estava de acordo com a minha faixa de renda e a qualidade da obra é muito boa”, afirma a contadora.
Existem hoje no Estado de São Paulo 54 cooperativas destinadas à habitação, com cerca de 44 mil cooperados.
Dica de como escolher sua cooperativa:
– Verificar se a cooperativa está regular na Ocesp.
– Conhecer projetos já entregues ou em andamento.
– Verificar se tem ações judiciais contra ela.
– Checar reclamações em órgãos de defesa do consumidor.
– Pesquisar se o imóvel está regular na Prefeitura. [
– Verificar o estatuto para conhecer as regras e evitar transtornos.