Por Allan dos Reis, no Jardim Maria Rosa
O vereador Marco Porta (PRB), nomeado indiretamente como líder do governo Fernando Fernandes (PSDB), utilizou a tribuna nesta terça-feira, dia 5, para mandar recados de forma indireta ao prefeito e cobrar novo posicionamento da Câmara Municipal em relação às promessas feitas durante a campanha do mandatário. A mudança radical teria ocorrido porque nos bastidores já é certo que ele não terá o apoio do prefeito na sucessão pela presidência do poder legislativo.

“Todo sucesso que o governo tem é devido a essa Câmara. Nenhum êxito não se deve aos vereadores. […] Todo mundo que tem poder e dinheiro trata os seus aliados com subserviência. E nós temos que mudar isso”, discursou Porta, quando falava de um problema em uma das agencias da Caixa Econômica Federal.

Questionado pela reportagem se era um recado ao prefeito, o vereador negou e disse que o “governo está cumprindo com a sua promessa de trazer dias melhores”. Porém, os vereadores foram unânimes em afirmar que sim. Outra reclamação exposta nos bastidores é que o prefeito não convida os aliados para tirar fotos – e aparecer nos jornais – em matérias positivas.
Em seguida, para reforçar as críticas indiretas, Porta fez uma série de reclamações da gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tem o apoio do PRB na corrida pela reeleição. “O problema que nós estamos tendo de estiagem é porque os governos não investiram em outros reservatórios. […] Faltou seriedade por parte do Governo do Estado [dirigido pelo PSDB desde 1995]”, criticou.

O presidente da Câmara, Eduardo Nóbrega (PR), fez coro as reclamações do vereador e cobrou a presença dos vereadores nas fotos. “Então, Marco Porta, eu entendo a sua fala. Está na hora de nas fotos estarem os vereadores. É justo que essa casa acompanhe o prefeito Fernando Fernandes”, diz.
Apesar de anunciar que vai contrariar a orientação do seu partido que apóia o candidato a governador do PT e votar em Alckmin, Nóbrega também criticou o atual governador. “O [Geraldo] Alckmin é muito mal e a sua política de segurança pública não atende Taboão da Serra. Tem polícia militar em Taboão?”, questionou.
Em outubro de 2013, o presidente chegou a anunciar que andaria de “braços dados” com Alexandre Padilha, do PT. “O Picolé de Chuchu [apelido dado pelo jornalista José Simão ao governador Geraldo Alckmin] já cansou. O PR (Partido da República) estará de braços dados com o PT na eleição de 2014. A segurança pública não está a altura e o PSDB está no poder a quase 30 anos”, disse na ocasião.
Mesmo com todas as críticas, nenhum dos três vereadores do PSDB se propôs a defender o atual governador e nem mesmo o prefeito Fernando Fernandes.