No acordo, a prefeitura se compromete a aumentar o número de famílias beneficiadas pelo benefício Bolsa-Aluguel e não interferir na demanda de apartamentos que a CDHU promete construir no município. Com isso, os moradores dos 920 apartamentos seriam escolhidos pelo movimento.
“Além dos cortes indiscriminados na Bolsa-Aluguel, a prefeitura não está incluindo novas famílias. A segunda questão se refere a terrenos desapropriados pela CDHU aqui no município e que a prefeitura havia firmado um acordo de que não iria interferir, mas tem feito isso. Tem ido a CDHU querendo intervir nessa demanda”, acusa Boulos.
O Secretário de Governo, Ronaldo Dias, que atendeu uma comissão do MTST, afirma que a prefeitura utiliza critérios técnicos para incluir as novas famílias dentro do Bolsa-Família e acusa o MTST de querer trazer famílias de outros locais para o município. Já em relação aos apartamentos, Dias afirma que a demanda é feita pela CDHU e não pela prefeitura.
“Nós disponibilizamos para o Movimento 200 Bolsas-Aluguel. Eles conseguiram cumprir só 125 (Em nota a prefeitura afirma que são apenas 92 famílias do MTST beneficiadas). Eles querem trazer pessoas de outras cidades para cá e esses benefícios são feitos e direcionados para a nossa população”, afirma Dias.
Durante a reunião entre o Movimento e a Prefeitura não houve acordo. “Já era. Nós vamos ficar aqui”, prometeu Boulos. Porém, minutos depois um acordo foi fechado: Vai haver nova reunião nesta quarta-feira, dia 27, aonde outros secretários municipais devem participar.
Valor da Bolsa-Aluguel: R$ 250
Confira abaixo o que diz o MTST e a Prefeitura de Taboão da Serra sobre os dois assuntos discutidos nesta segunda-feira.
BOLSA-ALUGUEL
MTST: Nós temos famílias na Bolsa-Aluguel que estão em situação de risco social, vulnerabilidade, e a prefeitura está fazendo corte indiscriminado em relação a esses Bolsas, além de não incluir novas famílias conforme acordo que tinha sido feito. Elas seriam incluídas. Então está desrespeitando um acordo feito previamente sobre o Bolsa.
Prefeitura: Nós disponibilizamos para o Movimento 200 bolsas-aluguel. Eles conseguiram cumprir só 125. Eles querem trazer pessoas de outras cidades para cá e esses benefícios são feitos e direcionados para a nossa população. O movimento veio aqui querendo aumentar o número de bolsas. Mas eles não conseguem arrumar pessoas com critérios técnicos para acomodar esse pessoal.
Nós temos a assistência social que chega lá (nos domicílios dos beneficiados) e faz uma avaliação dá necessidade da pessoa para que ele possa receber o benefício. Se a Assistência chega lá e constata que ele e a mulher dele têm renda de R$ 1,5 por mês, o benefício é cancelado automaticamente.
APARTAMENTOS DO CDHU
MTST: Alguns terrenos foram desapropriados pela CDHU aqui na região a partir da luta do movimento. A prefeitura havia firmado um acordo de que não iria interferir na demanda e que tem feito isso. Tem ido (a prefeitura) ao CDHU querendo intervir na demanda desses terrenos que foram desapropriados para a demanda do MTST.
Prefeitura: Eles estão discutindo uma questão da CDHU, mas o CDHU é do Estado. Eles dizem que conseguiram trazer aqui pro município 920 apartamentos, mas isso é uma parceria de Taboão da Serra com o Governo do Estado. Agora, a distribuição dessas vagas não compete ao governo municipal, e sim ao Estado. E eles questionam isso. Eles dizem que tinham 550 apartamentos dentro desta estrutura e o restante seria da prefeitura. Mas isso é uma questão técnica.
Por Allan dos Reis