MTST protesta na porta da prefeitura

Nesta segunda-feira, dia 25, cerca de 300 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto ocuparam o portão principal da Prefeitura de Taboão da Serra para exigir que a prefeitura cumpra um acordo firmado em 2008, que segundo o movimento, está sendo desrespeitado.

Manifestantes

No acordo, a prefeitura se compromete a aumentar o número de famílias beneficiadas pelo benefício Bolsa-Aluguel e não interferir na demanda de apartamentos que a CDHU promete construir no município. Com isso, os moradores dos 920 apartamentos seriam escolhidos pelo movimento.

Mas segundo o líder do movimento, Guilherme Boulos, a prefeitura não cumpriu os acordos firmados com o MTST.

Guilherme B“Além dos cortes indiscriminados na Bolsa-Aluguel, a prefeitura não está incluindo novas famílias. A segunda questão se refere a terrenos desapropriados pela CDHU aqui no município e que a prefeitura havia firmado um acordo de que não iria interferir, mas tem feito isso. Tem ido a CDHU querendo intervir nessa demanda”, acusa Boulos.

O Secretário de Governo, Ronaldo Dias, que atendeu uma comissão do MTST, afirma que a prefeitura utiliza critérios técnicos para incluir as novas famílias dentro do Bolsa-Família e acusa o MTST de querer trazer famílias de outros locais para o município. Já em relação aos apartamentos, Dias afirma que a demanda é feita pela CDHU e não pela prefeitura.

“Nós disponibilizamos para o Movimento 200 Bolsas-Aluguel. Eles conseguiram cumprir só 125 (Em nota a prefeitura afirma que são apenas 92 famílias do MTST beneficiadas). Eles querem trazer pessoas de outras cidades para cá e esses benefícios são feitos e direcionados para a nossa população”, afirma Dias.

Durante a reunião entre o Movimento e a Prefeitura não houve acordo. “Já era. Nós vamos ficar aqui”, prometeu Boulos. Porém, minutos depois um acordo foi fechado: Vai haver nova reunião nesta quarta-feira, dia 27, aonde outros secretários municipais devem participar.

Reunião entre o Secretário de Governo, Ronaldo Dias, e integrantes do MTST
Reunião entre o Secretário de Governo, Ronaldo Dias, e integrantes do MTST

Valor da Bolsa-Aluguel: R$ 250

Confira abaixo o que diz o MTST e a Prefeitura de Taboão da Serra sobre os dois assuntos discutidos nesta segunda-feira.

BOLSA-ALUGUEL

MTST: Nós temos famílias na Bolsa-Aluguel que estão em situação de risco social, vulnerabilidade, e a prefeitura está fazendo corte indiscriminado em relação a esses Bolsas, além de não incluir novas famílias conforme acordo que tinha sido feito. Elas seriam incluídas. Então está desrespeitando um acordo feito previamente sobre o Bolsa.

Prefeitura: Nós disponibilizamos para o Movimento 200 bolsas-aluguel. Eles conseguiram cumprir só 125. Eles querem trazer pessoas de outras cidades para cá e esses benefícios são feitos e direcionados para a nossa população. O movimento veio aqui querendo aumentar o número de bolsas. Mas eles não conseguem arrumar pessoas com critérios técnicos para acomodar esse pessoal.

Nós temos a assistência social que chega lá (nos domicílios dos beneficiados) e faz uma avaliação dá necessidade da pessoa para que ele possa receber o benefício. Se a Assistência chega lá e constata que ele e a mulher dele têm renda de R$ 1,5 por mês, o benefício é cancelado automaticamente.

 

APARTAMENTOS DO CDHU

MTST: Alguns terrenos foram desapropriados pela CDHU aqui na região a partir da luta do movimento. A prefeitura havia firmado um acordo de que não iria interferir na demanda e que tem feito isso. Tem ido (a prefeitura) ao CDHU querendo intervir na demanda desses terrenos que foram desapropriados para a demanda do MTST.

Prefeitura: Eles estão discutindo uma questão da CDHU, mas o CDHU é do Estado. Eles dizem que conseguiram trazer aqui pro município 920 apartamentos, mas isso é uma parceria de Taboão da Serra com o Governo do Estado. Agora, a distribuição dessas vagas não compete ao governo municipal, e sim ao Estado. E eles questionam isso. Eles dizem que tinham 550 apartamentos dentro desta estrutura e o restante seria da prefeitura. Mas isso é uma questão técnica.

Por Allan dos Reis

0 comentário em “MTST protesta na porta da prefeitura”

  1. Bem, pessoal, caso não tenham percebido, isto é o PT sendo defenestrado do governo. O sr. Ronaldo Dias olhando com cara de nada para os MTST é apenas mais um lance da volta para a direita de uma administração que apenas dava a mão ao PT para sair nas fotos em dia de inauguração.
    Tudo começou quando o PT estava se definindo por candidato próprio em todos os níveis. O primeiro a ser frito foi o sr. Wagner, substituído pelo sr. Paulo Félix, mais à direita difícil!
    Depois veio a incampação das prataformas petistas pela direita. A ampliação do HGP passou a ser plataforma do sr. Kaká, com a sra. Marcia, verdadeira dona da idéia, candidamente ostentando o adesivo daquele como se acreditasse que ampliação de leitos do SUS (gratuitos) sensibilize alguém fora do circuito da miséria e, claro, dos movimentos populares.
    Depois vieram aumento do IPTU, limitação da coleta de lixo, entorpecimento da manutenção antienchentes (limpeza de bueiros, riachos e piscinões), a explosão da taxa de iluminação, a liberação ao tráfego de vias em processo de desmoronamento etc. etc. coisas que, para os vermelhos, mesmo os mais liberais, provocaria uma crise hipertensiva.
    Depois o sr. prefeito viajou, ninguém tem dúvida disso. Férias, sabe como é! Quando o sr. Serra passou um pito nele, seus representantes bradaram, “ele não poderia estar aqui pois está viajando!!” Quanto a explicar no que consistia a participação de TS num do maiores piscinões do estado, ninguém se manifestou. E vejam que o sr. Paulo Félix, tucano e líder do governo psbista, nos conta o sr. Bruno Anderson, estava presente! A outra pergunta é, por que o prefeito não deixou a vice o substituindo em suas merecidas férias? Talvez tenha algo a ver com a partida do sr. Caligari, tão de esquerda que, ao acordar, começa o dia com o pé esquerdo, partida esta que nos deixou órfãos para tocar o garboso título de cidade educadora. A vida, todavia, continua e não para para (AO, amém) decifrar detalhes.
    Mas, pra não perder o fio da conversa, na minha opinião, estão cavando um abismo entre a esquerda e a direita na cidade. Claro, Claro, o pessoal diz que foi implantada a administração democrático-participativa em TS, uma verdadeira revolução vitoriosa! Novos tempos, novas idéias!
    Contudo o olhar sério do sr. Ronaldo Dias (expressão já conhecida de quando fez uma reunião [numa salinha feia, sem quadro na parede nem cafézinho] com os perueiros pra dizer que não tinha acordo) fixo nos jovens molhados de chuva do MTST queria apenas dizer que o sonho acabou, as invasões “Chico Mendes” que contavam com a simpatia da ala esquerda do governo, a negociação pacífica para a saída dos invasores, o estilo de vida simples e consciente que emocionou o sr. Mário de Freitas que foi passar um dia lá para nos contar em seu jornal Hoje que maravilha era, tudo isso é passado. Agora é a cova rasa da reclamação x a cova funda das justificativas.
    E o futuro governo do sr. Aprígio, carta marcada e anunciada como o sucessor do dr. Evilásio, um governo que não terá braço esquerdo nem pra segurar o celular, se aproxima lenta mas inexoravelmente como um rolo compressor aplainando nossos destinos…
    Só não podem calcular o horizonte de crescimento do prestígio da sra. Dilma Rousseff, uma peça que poderá fortalecer grandemente a nossa pré-pré-pré candidata a ponto de ameaçar o poderio político da direita na cidade que, como se sabe, como as direitas em geral, o que menos gosta é perder.

    Sudaia

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