Prefeito de Embu das Artes é indiciado pela PF e afastado do cargo sob suspeita de lavagem de dinheiro

Por Bruno Tavares e Tahiane Stochero, TV Globo e G1 SP

O prefeito de Embu das Artes, Claudinei Alves dos Santos, conhecido como Ney Santos, foi indiciado por lavagem de dinheiro pela Polícia Federal em SP, que determinou, devido ao indiciamento, o afastamento dele do cargo.

Ney Santos é suspeito de lavagem de dinheiro entre os anos de 2014 e 2017. O caso está sob segredo de Justiça no Tribunal Regional Federal (TRF3), que informou que não poderia passar informações.

Segundo a PF, o prefeito ocultou ser proprietário de um terreno em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo; de um terreno em Peruíbe, no litoral paulista; de um apartamento mobiliado no bairro do Tatuapé, na Zona Sul da capital; de diversos veículos, que estão em nome de terceiros, além de terras no estado da Bahia.

O G1 e a TV Globo pediram a posição da Prefeitura de Embu das Artes e do prefeito afastado sobre o caso e, até a última atualização desta reportagem, não receberam retorno.

O prefeito foi investigado na operação Hammer-On da PF, realizada no Paraná em setembro de 2017. A investigação apurava um esquema bilionário de crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa que agia desde 2008 em vários estados.

Segundo a PF, o prefeito de Embu possui ainda salas em um edifício e uma vaga de garagem em Curitiba, no Paraná, que são de sua propriedade e estão em nome de laranjas.

Em 2018, ele já havia sido afastado do cargo por uma decisão da Câmara de Vereadores da cidade, após ser investigado em uma operação da PF contra desvios de recursos públicos da União para a merenda. Mas conseguiu retornar à função em 2019.

Na ocasião, o advogado Humberto Sabretti, defensor do prefeito Ney Santos, afirmou que a defesa ainda não tinha tido acesso aos autos do processo e que as investigações estavam sob sigilo.

Prisão decretada em 2016

Ney Santos já teve a prisão decretada, em 2016, durante a operação Xibalba do Ministério Público de São Paulo, acusado de ser um dos responsáveis por lavar o dinheiro do tráfico de drogas de uma facção criminosa que comanda o crime organizado dentro e fora dos presídios do estado.

Além de Santos, outras 13 pessoas foram alvo de mandados de prisão na época.

Em 2003, o atual prefeito de Embu também foi condenado por roubo a uma empresa de valores em Marília, no interior de São Paulo, mas recorreu e foi absolvido no ano seguinte. Já em 2010, foi investigado por lavagem de dinheiro, estelionato, sonegação fiscal, adulteração de combustível e formação de quadrilha. Na época, policiais apreenderam documentos, computadores, máquinas de contar dinheiro e até uma Ferrari, avaliada em R$ 1,5 milhão, em seus imóveis.

Santos também respondeu por compra de votos em 2012, quando foi eleito vereador de Embu das Artes, e chegou a ter a candidatura para prefeito deste ano impugnada pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa. Ele entrou com recurso e conseguiu se eleger

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