Por Allan dos Reis, no Jardim Maria Rosa
Na quarta-feira da semana passada, dia 31 de Julho, um ex-apoiador da campanha da vereadora Érica Franquini (PDT) chamado Amilton Paulino Brandão de Oliveira, morador do Jardim São Judas, foi até o gabinete da parlamentar para cobrar as promessas que teriam sido feitas por ela durante o período eleitoral de 2012. Após alguns minutos de gritaria, ambos foram até o 1º Distrito Policial de Taboão e o rapaz acabou preso acusado de extorsão [Artigo 158 do Código Penal]. Ele foi liberado no fim da noite de sexta (2).

Nesta terça, Chininha, como é conhecido, voltou à sede do poder legislativo para se defender e disparou contra a vereadora. “A vereadora Érica prometeu que iria me dar um emprego na cultura. Ela vai ajudar a comunidade. Ela vai ajudar [a conservar] o campinho da molecada que está abandonado. Ela vai pedir por ofício para limpar o escadão. Ela não fez nada. E quando eu vim cobrar ela me pôs na cadeia. Eu não sou bandido. Eu não sou bandido”, se defendeu.
Porém, ele reconhece que subiu o tom de voz no dia da confusão. “A mulher é frágil. Tudo bem. Mas é o meu tom de voz. Eu sou um cara rouco”, completa Chininha.
A vereadora Érica da outra versão dos fatos e afirma que o ex-colaborador foi até o gabinete e exigiu R$ 600 e se alterou com a resposta negativa. “Eu quero R$ 600”, teria pedido o rapaz. “Eu não tenho”, respondeu ela. Em seguida, ele foi – na versão dela – em sua direção para agredi-la e foi interceptado por pessoas do gabinete.
“Faz tempo que eu tenho sofrido com ele. Ele me agride verbalmente. Eu estava viajando e a minha assessoria feminina ligou com medo porque o Amilton vinha. As reivindicações que ele trazia do bairro, ele queria que a gente fizesse na hora. Eu tenho sofrido desde que eu ganhei a eleição”, diz Érica.

Ela afirma que tem sido vítima de preconceito por ser mulher. “Eu sempre relevei, mas nesta última quarta-feira eu não aguentei. Eu não aguentei por ser mulher, por ser o sexo frágil, eu tenho sofrido muito politicamente preconceitos. Vocês sabem que tem alguém por trás dele. Eu estou só me defendendo”, diz. O nome de quem estaria por trás disto não foi divulgado pela vereadora.
Por fim, apesar de ter visto o boletim de ocorrência com um crime tipificado diferente do que desejava, a vereadora concordou com o delegado. “Eu iria fazer um desacato. Eu não queria prejudicar ele no ponto que foi. Quando eu levei na delegacia, o delegado [Francisco José Videira] conversou comigo e ouviu os meus assessores. Quando o delegado desceu para falar com o ele [acusado], o delegado voltou falando do artigo [158] que prendeu ele. Eu não tenho nada a ver. Eu sei que ele não é bandido”, completou Érica, que após a prisão colaborou para sua libertação.
O caso agora vai ser analisado pela Justiça de Taboão da Serra.