loader-image
temperature icon 19°C

‘Serei vice de um empreendedor, Fernando não é imbatível’, afirma Lune

Compartilhar notícia

Por Adilson Oliveira, no Pirajuçara, em Taboão da Serra

Luiz Lune (PC do B) será o candidato a vice-prefeito na chapa com Aprígio. (Foto: Allan dos Reis / Arquivo)

Luiz Alberto Fratini, o Luiz Lune (PC do B), 56, diz que aceitou ser vice na chapa do candidato a prefeito de Taboão da Serra pelo PSB por considerar que “Aprígio representa realmente o novo” na política e ser na cidade um empreendedor “que ninguém pode contestar”, além de poder derrotar um adversário cuja administração “a gente já conhece”. “Fernando [Fernandes] não é imbatível”, afirma em entrevista ao Taboão em Foco o ex-secretário de Esportes (governo Evilásio Farias), que já foi vice-prefeito (1993-95), no governo Vicente Buscarini, até deixar o cargo para ser deputado estadual. Ele diz que resolveu o “mal entendido” com o presidente do PC do B, Antônio Gomes, o Toninho, que declarou após o anúncio que a decisão de Lune não é do partido. “A sorte está lançada.”

Taboão em Foco – Por que ser vice de Aprígio?

Luiz Lune – Aprígio representa realmente o novo, o Fernando [Fernandes] a gente já conhece. Se não ficarmos atrelados ao que já está aí, tivermos um plano de governo consistente, mostrarmos o que foi este governo e o que foi o outro, nossas intenções, conseguimos enfrentar o Fernando. Ele fala que já está ganho, vamos ver se ganhou mesmo.

TF – O que o fez mudar de ideia [se era pré-candidato a vereador]?

Lune – O próprio convite, me senti lisonjeado. Aprígio me ligou, chamou para conversar, sentamos, e disse: “Vamos mudar o que está aí na cidade, pensar grande, vamos para a rua, você tem um bom conhecimento de rua, eu, experiência administrativa”. Vamos para o pau, né. Mas, se conseguirmos uma coalização com os outros partidos, temos grande chance de renovar, mudar o quadro político.

TF – Fernando Fernandes não é imbatível?

Lune – Lógico que não! Se achasse isso, não ia deixar uma candidatura praticamente bem sucedida – acho que para vereador não ia ser difícil, pelo trabalho e experiência que tenho. Só abri mão porque tenho certeza de que Fernando não é imbatível.

TF – Em que medida a candidatura de Aprígio se fortalece com seu nome?

Lune – Recebi várias lideranças hoje [ontem], de vários segmentos, me parabenizando. Sinto que nossos candidatos [da base governista] passaram a acreditar mais, uniu o nosso grupo, deu ânimo, antes estava muito indeciso. Agora não, estou sentindo que deu um ‘up’ [levantada]. Acredito que nas primeiras pesquisas vamos dar uma alavancada, e quando começarmos a crescer deslancharemos.

TF – Essa decisão de ser o vice de Aprígio é até o fim?

Lune – É o até o fim, sim, senhor. Não sou louco!

TF – No meio político, o sr. é criticado por tomar decisões e voltar atrás…

Lune – [interrompe] Não. Aconteceu uma vez lá atrás [em 1996, quando, no PSDB e favorito segundo pesquisas, desistiu da candidatura a prefeito a seis meses da eleição – que Fernando venceu e conquistou o primeiro mandato]. Na segunda, saí candidato a prefeito [em 2000], perdi para o Fernando, que teve mais de 70 mil votos contra 17 mil que obtive, mas fui até o final. Peraí… Lá atrás era outra conjuntura. Graças a Deus, esse é o defeito que põem em mim, o duro seria se o defeito fosse ser desonesto, corrupto. É um defeito muito frágil, é até bom, não é incriminador.

Lune e Aprígio têm feito caminhadas diárias na região do Pirajuçara. (Foto: Divulgação)

TF – No que pode contribuir na campanha do Aprígio?

Lune – O vice sempre contribui… Na costura de alianças acrescenta, com a credibilidade… Tenho um nome na cidade, estou aqui há 50 anos, completo em outubro, o que me propus a fazer pela implantação do hospital regional [no Pirajuçara]. Tenho um trabalho na cidade, não estou chegando hoje, conheço bem os problemas de Taboão, da minha região, que é o Pirajuçara. E o Aprígio tem tino administrativo, está aí a prova [cooperativa habitacional], ninguém pode contestar. Dá para crescer bastante, vamos ampliar o leque do grupo de apoio.

TF – Apesar do anúncio de que será vice, o presidente do seu partido afirmou que o sr. não decide em nome do PC do B. Como recebe a declaração?

Lune – É equivocada, perdemos um pouco de contato, de sintonia. Ele ficou ferido por não ter sido ele quem fez o anúncio, mas estamos conversando, está sendo explicado o mal entendido. Com certeza, o partido vai estar coeso.

TF – Ele ficou contrariado por querer que fosse candidato a vereador?

Lune – Não, foi mesmo por não ter conversado com ele. Pensou: “Como ele faz uma conversa, põe na mídia e eu não sou sequer consultado”. Ele se sentiu como marido traído. Ficou magoado, mas não que ele é contra eu compor com o Aprígio. Foi um lapso meu, no afã de fazer o anúncio, passei por cima da hierarquia do partido. Mas respeito muito o Toninho, é um bom articulador, tem história dentro do partido. Foi falta de uma conversa.

TF – Nesta sexta será anunciado oficialmente como vice de Aprígio?

Lune – Com certeza.

TF – E já falou com o presidente [do partido]?

Lune – Estamos conversando, vamos estar mais afinados, um já pediu desculpa ao outro, está tudo tranquilo sobre a candidatura. A sorte está lançada.

Veja também