Com mais de mais de 236 mil habitantes, sendo que há apenas 93,36 homens para cada 100 mulheres, o município de Taboão da Serra não possui nenhuma mulher no poder legislativo. Atualmente a câmara do município é formada por 13 homens [foto].
A última mulher a ocupar o cargo de vereadora foi a atual Secretária de Assistência Social, Arlete Silva (PTB), que exerceu já três mandatos (1989-92 / 93-96 / 2001-04).
Porém, o que chama a atenção é o fato de Taboão da Serra, assim como a maioria dos municípios brasileiros, ser formado por uma maioria feminina, mas ter os homens dominando a política regional. No quadro abaixo você confere a divisão do eleitores entre homens e mulheres.
Mais por que isso acontece?
Elas vítimas de Preconceito?
Os partidos são machistas?
Por que os eleitores não votam em mulher?
Para comprovar essa disparidade é muito simples. Entre todos os candidatos que ultrapassaram a casa dos mil votos nas eleições de 2008, apenas duas eram mulheres. Claudimara Pante (1.365 votos) e Fausta dos Santos Leite (1.017 votos). Os outros 29 eram homens.
Para a vice-prefeita de Taboão, Professora Márcia (PT), o problema está nos partidos políticos que é formado e comandado em sua maioria por homens. Outra explicação está no baixo número de candidatas nas eleições.
“Nós escolhemos os candidatos pelas propostas deles. Como nós temos o menor número de mulheres candidatas, então nós temos menos condições das pessoas escolherem”, afirma.
Já Arlete Silva (PTB), candidata duas vezes a prefeita, afirma que foi vítima de preconceito durante a campanha eleitoral e vê preconceito contra a mulher que segue a carreira política.
“Eu sofri um preconceito muito grande na minha primeira campanha [2004] de prefeita porque falavam que a mulher não sabia administrar e que o homem tem mais capacidade. Ainda existe, por mais que a gente lute, por mais que a gente faça um bom trabalho, por mais que a gente lute por ter igualdade, a gente vê que ainda existe preconceito contra a mulher. Achando que ela é inferior ao homem”.
A eleição presidencial deste ano deve ter pelo menos duas mulheres na disputa a presidência. Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV). Eleita ou não, a disputa deve alavancar o espaço da mulher na política brasileira.
Enquanto isso, a luta continua.
Por Allan dos Reis