Por Allan dos Reis, da redação
A vereadora Luzia Aprígio decidiu que vai deixar o PSB nos próximos dias junto com o marido Aprígio, atual presidente da sigla em Taboão da Serra. Os dois temem que o partido seja obrigado a apoiar à candidatura a reeleição do atual prefeito Fernando Fernandes (PSDB). Porém, para não perder o mandato por infidelidade partidária, ela auxiliou na coleta de assinaturas de 10 mil assinaturas para recriar o antigo Partido Liberal (PL), articulado pelo ministro das cidades Gilberto Kassab, que preside o PSD. O pedido de criação do PL já foi protocolado junto ao TSE, em Brasília na semana passada.
A estratégia da família está definida. Aprígio vai se filiar no PSD e deve ser candidato a prefeito em 2016. Luzia vai para o novo partido e assim não perde o mandato. E, no futuro, a tendência é que as duas siglas, PSD e PL, se fundam.
“Na verdade eu ainda não sei para qual partido eu vou. Eu ajudei na coleta de 9.990 assinaturas. Vamos esperar a conclusão [que recriará o partido]. Se o PSB vir com o [atual] prefeito não tem como ficar. Ele [Fernando Fernandes] vai me colocar na geladeira. Se não criar, vai ter que ter outra maneira”, admitiu Luzia, por telefone.
O temor é a proximidade do PSB e PSDB no Governo do Estado, onde o vice-governador Márcio França é muito próximo ao governador Geraldo Alckmin, que a pedido da família Fernandes poderia intermediar e obrigar o apoio.
A Justiça Eleitoral tem sido bem rigorosa em relação à mudança de partido sem justa causa. De acordo com o TSE, eles devem ocorrer em caso de incorporação ou fusão do partido, a criação de novo partido, a mudança substancial ou o desvio reiterado do programa partidário e a grave discriminação pessoal.