Dentro de algumas horas, os 13 vereadores de Taboão da Serra vão votar se recebem a “denuncia por infração político-administrativa” contra o prefeito do município Dr. Evilásio de Farias (PSB). A denúncia foi apresentada na semana passada por diversas entidades como APEOESP, MTST, Comissão Independente das Professoras ADIs, PSOL, PSTU e Ação Popular. São necessários nove votos (ou seja, 2/3 da câmara) para abertura da chamada Comissão Processante.
A justificativa para o pedido de afastamento do prefeito do cargo se dá em face da “Operação Cleptocracia” realizada pela polícia civil de Taboão da Serra nos últimos dias onde 29 pessoas, entre elas políticos e vereadores, são acusados de fraudar os cofres públicos.
Em conversas recentes com a nossa reportagem, vários vereadores não estavam convictos sobre a abertura do pedido de impeachment. Porém, a reunião secreta da cúpula do polícia com os cinco membros da CEI e a ação da polícia na manhã de hoje pode ter feito alguns mudarem de opinião. Para o pedido ser arquivado é necessário cinco votos. PSB e PT, partidos do prefeito e da vice-prefeita, totalizam esse número de vereadores na câmara.
BASE GOVERNISTA
Taboão da Serra é uma daquelas sem nenhum tipo de oposição. Dos 13 vereadores eleitos em 2008, de nove partidos distintos, todos faziam parte da base aliada e o vereador Paulo Félix (PSDB), eleito por um partido da oposição, foi premiado com a liderança do governo, status de largou apenas no início desta crise em maio.
Durante anos aprovaram tudo que o prefeito mandava. Quem não se lembra que no fim de 2009, os vereadores aprovaram calados [lembram?] a vergonhosa correção da Planta Genérica de Valores (PGV), que fez explodir os valores do IPTU a partir de 2010 e se tornou o principal foco de corrupção no governo.
VEREADORES OMISSOS
A crise atual também deve ser creditada na ‘conta’ de todos os vereadores porque eles nunca se dispuseram a fazer qualquer tipo de fiscalização no trabalho exercido pelo poder executivo. Foram meses de total omissão. As sessões legislativas serviam apenas para votar os projetos enviados pelo prefeito, minutos antes da sessão. Não se davam nem ao trabalho de ler o que estavam votando. E claro, enfiavam centenas de indicações e requerimentos todas as semanas apenas para justificar os seus altos salários.
Por Allan dos Reis