Por Allan dos Reis, no Jardim Salete
A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) esteve em Taboão da Serra na tarde desta sexta-feira (8) para conhecer os prédios do condomínio João Cândido A e B2 construídos através do Minha Casa Minha Vida Entidades, programa social que ela alega estar em risco na gestão do presidente interino Michel Temer (PMDB).
“Aqui tem um programa muito bem sucedido. Foi por isso, antes de eu sair do governo, ou melhor, antes de eu ‘ser saída’ por esse golpe, essa usurpação, que tem sido esse golpe contra mim, que não tem conta na suíça, nunca roubei. Uma das grandes preocupações nossas era fazer o Minha Casa Minha Vida 3. E para fazer, a gente deu prioridade as entidades, tanto urbana como rurais, e principalmente o MTST pela qualidade e por tudo que representa de organização, vitória e conquista do nosso povo”, discursou Dilma.
As críticas se deram pelo fato de Temer ter suspendido assim que tomou o poder as contratações do Minha Casa Minha Vida, mas recuou após uma série de manifestações.
O líder do MTST, Guilherme Boulos, destacou a parceria porque “o [condomínio] João Cândido é uma vitrine. E é o maior do Minha Casa Minha Vida”, diz. Em seguida prometeu intensificar as ações pela volta de Dilma a presidência. “Todo mundo sabe que existe um golpe no país. E é um golpe que ataca os direitos do povo. Mas está havendo resistência e vai intensificar ainda mais”, promete.
Na mesma linha seguiu o discurso do líder do MST de Taboão da Serra, Paulo Félix. “Vamos fortalecer a luta dos trabalhadores. E não vamos dar sossego para o usurpador Michel Temer. Presidenta, nós estamos aos milhares neste momento nos preparando para resistência”, diz.
A decisão final do impeachment de Dilma deve acontecer em agosto no Senado Federal. São necessários dois terços dos votos (54 votos) para seu afastamento definitivo da presidência. Por isso, ela tem rodado o Brasil para denunciar o golpe e mostrado confiança. “Eu vou voltar, sim”, acredita.
Durante todo tempo, integrantes de movimentos sociais estendiam cartazes com Fora Temer e cantavam gritos de guerra pedindo a volta de Dilma Rousseff a presidencia.
SUPER SEGURANÇA
Para conseguir ver a presidente afastada Dilma Rousseff, as pessoas tiveram que passar por um rigoroso sistema de segurança. Uma imensa fila se formou do lado de fora já que grades limitavam o acesso direto ao condomínio.
Após a primeira etapa, as pessoas – especialmente integrantes de movimentos sociais – enfrentaram nova e longa fila, que no final tinham que passar por um detector de metais. Após esse longo martírio, algumas pessoas desistiram porque não poderia entrar com alguns itens, como guarda-chuvas.