Por Allan dos Reis, no Jardim Maria Rosa
Quem passa pela Avenida Vida Nova, rua que liga a Rodovia Régis Bittencourt ao Jardim Maria Rosa, vai se deparar com algumas placas instaladas durante o final de semana com os seguintes dizeres: “O prefeito que fechar a Avenida Vida Nova”. Junto, o número do processo que – em tese – daria base a tal afirmação, já negada diversas vezes pelo prefeito Fernando Fernandes (PSDB).

O processo na verdade não pede o fechamento da via. O que há é um Ação Civil Pública por improbidade administrativa da Prefeitura Municipal contra o ex-prefeito Evilásio Farias, o ex-vereador e presidente da Cooperativa Habitacional Vida Nova José Aprígio e outros três diretores exigindo área institucional que – na ação – entendem que a cooperativa deveria ter deixado área institucional à municipalidade por ter ocorrido loteamento, caracterizado com a abertura desta avenida.
Assim que soube das placas no domingo (5), durante um evento partidário em frente a avenida, mas do outro lado da Régis Bittencourt, o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) voltou a repetir que não quer e não vai fechar a Avenida Vida Nova.
“Eu gravei um vídeo [postado em sua fanpage] mostrando que isso é mentira. Taboão com todo problema viário ainda vai fechar uma via?. Não tem sentido. O processo trata de área institucional. Eles sabem o que devem a cidade. Querem fazer uma cortina de fumaça para desviar o fato real”, criticou Fernandes. “Se eu quiser fazer um posto de saúde ou uma creche, eu tenho que desapropriar porque nada foi deixado”, reforça.
A cooperativa defende a tese de que houve apenas desdobro e por isso não havia a exigência para deixar área institucional ao poder público. O caso inclusive é investigado por uma CPI instaurada na Câmara Municipal, onde o presidente Aprígio deve depor nesta semana.
Recentemente na Câmara, ele tratou da avenida durante um evento do vereador Professor Moreira (PSD) onde disse que doou, e depois corrigiu, afirmando que o local foi desapropriado pela Prefeitura, na antiga gestão.
“Eu construí duas avenidas. A que margeia a BR e a que sobe para o Maria Rosa [Avenida Vida Nova]. Comprei [a cooperativa] o terreno, fiz guia, sarjeta, luz, asfalto, água, esgoto, arborização, sinalização. Tudo pronto as duas e doei… não… foi desapropriado pela Prefeitura e colocou o trânsito para rodar. Elas eram ruas particulares. Eu iria por um portão na entrada”, justifica Aprígio.
A CONFUSÃO
Parte da confusão de um suposto fechamento da avenida ocorre porque na ação, o Jurídico da Prefeitura pede a anulação do decreto [82/2008] que desapropriou a via porque ele seria “nulo e viciado na sua forma, já que ocorreu a lesão aos princípios da moralidade administrativa”. Porém, os advogados da Prefeitura garantem que a anulação do decreto não culmina coma obrigatoriedade de fechamento da via pela cooperativa.