loader-image
temperature icon 17°C

Aprígio evita reconhecer vitória do prefeito Fernando e sugere que urnas teriam sido manipuladas

Compartilhar notícia

Por Allan dos Reis, no Jardim Maria Rosa

Quase 48h após o resultado final da eleição municipal que reelegeu o atual prefeito Fernando Fernandes (PSDB), o candidato derrotado Aprígio (PSD) com 29.724 votos falou pela primeira vez na tarde desta terça-feira (4) e colocou sob suspeitas a apuração dos votos sugerindo que as urnas podem ter fraudadas antes de serem levadas às seções eleitorais.

Aprígio acha que as urnas eletrônicas podem ter sido manipuladas nesta eleição.
Aprígio acha que as urnas eletrônicas podem ter sido manipuladas nesta eleição.

“O que muita gente fala é que as urnas chegaram aqui em Taboão da Serra acho que na quinta-feira (dia 29 de setembro). E todo mundo diz que as urnas precisam se administradas pela Polícia Militar e não aconteceu. Passou uma noite e mais um pouco na guarda [civil municipal] e isso deixa a gente com dúvidas porque eu não sei como se faz o trâmite de urnas”, diz Aprígio.

Questionado se estava acusando que as urnas foram fraudadas, o candidato preferiu não cravar, mas afirma que conversou com mesários e fiscais, e que, em breve, fará uma reunião com advogados para saber as providências que podem ser tomadas.

“Eu não vou dizer [que houve] fraude. Mas mesários e fiscais disseram que chegaram [nas escolas] e as urnas já estavam abertas e no local. Muitos sequer assinaram para autorizar abrir as urnas e iniciar os trabalhos”, completou Aprígio.

O político também falou que durante o expediente de votação já havia pessoas dizendo o percentual de votos que o prefeito, reeleito, teria. “Nunca ninguém tem o resultado preciso antes da apuração. E já havia o número de votos que alguns vereadores iriam ter. Meio-dia, já tinha fiscal, que dizia que o Fernando já tinha 52% [dos votos]. Como a pessoa sabia se não tinha apurado ainda? Que algumas pessoas teria um ‘x’ de votos, número redondo como aconteceu”, questionou.

Prefeitura de Taboão da Serra cedeu o transporte a Justiça Eleitoral para levar as urnas às escolas.
Prefeitura de Taboão da Serra cedeu o transporte a Justiça Eleitoral para levar as urnas às escolas. Kombi com urnas em frente ao cartório eleitoral da região central.

Provocado a citar algum exemplo concreto, Aprígio disse. “Prefiro aguardar mais”. A reportagem encaminhou um email à juíza eleitoral de Taboão da Serra, Carolina Conti Reed, para que comente as insinuações, e até a publicação desta matéria não houve retorno.

AGRADECIMENTO

Durante a entrevista, Aprígio também agradeceu as pessoas que o recebeu de forma carinhosa ao longo das caminhadas e reuniões. “Tenho que agradecer aqueles que abriram as portas para mim. Aqueles que eu entrei e tomei café na casa deles, aqueles que me deram o maior apoio, eu tenho que mandar um abraço e agradecer essa gentileza, e não foram poucos. Foram por volta de 30 mil pessoas. Tenho que agradecer e dizer calma, que a oposição está aqui”, bradou.

PERDA DE VOTOS

Entre a eleição de 2012 e a ocorrida no último domingo (2), Aprígio perdeu exatos 17.275 votos. Aliás, esse pode ser um dos fatores para não ter ocorrido o segundo turno no município, já que o atual prefeito foi reeleito com mais de 50% dos votos.

“Cada eleição é uma situação. Quem está no mandato, a máquina pesa [a favor] e pesa muito. Hoje a maioria dos moradores de Taboão da Serra são coagidos a votar. São obrigados a votar. Alguns votam por medo. Com certeza, a pessoa ameaçada e com assédio moral, a pessoa que tem a máquina tem mais vantagem”, justificou o candidato.

Ele também afirma que “foi uma campanha muito pesada onde não se podia fazer campanha em Taboão da Serra, só o candidato da máquina. Qualquer um de nós [da oposição] que estava colocando uma placa, eles mandavam arrancar. Quando a gente estava distribuindo material nas ruas, eles mandavam tirar da nossa mão, como aconteceu duas vezes”, completou.

Veja também