Por Gilmar Júnior, no Jardim Helena
Ao contrário das sessões dos últimos meses, a desta última terça-feira, dia 12, foi marcada pela objetividade e pressa por parte dos vereadores que realizaram a segunda votação das alterações do Plano Diretor Participativo. Em paralelo a isso, foi rejeitado um novo pedido de afastamento ao Fernando Fernandes. Ambas as discussões ocorreram em apenas duas horas, o que fez a sessão ser encerrada às 21h.

Na primeira discussão, o presidente do PC do B em Taboão, Toninho, protocolou uma nova denúncia acerca de irregularidades na construção da área que atualmente está o Shopping Taboão. Diferente das outras denúncias, os vereadores tomaram uma nova posição e preferiram não dar “pano para manga”. O vereador Luiz Lune (PC do B), no papel de oposição, defendeu o recebimento do documento. “Hipotecar uma área que é da prefeitura? Como pode? Não podemos aceitar que uma empresa desse porte (Shopping Taboão) faça isso”, disse. Os vereadores Professor Moreira (PT) e Luzia Aprígio (PSB) votaram pela aceitação da denuncia.
Depois do assunto da denúncia ser encerrado, entrou em pauta a discussão das alterações do plano diretor, que decidiram pela retirada de dois pontos que os movimentos sociais reclamavam: um sobre a construção de moradias populares restritas a ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social), inviabilizando as ZMs (Zona Mista) e outro, acerca da obrigatoriedade da construção de uma garagem para cada moradia, o que poderia, segundo os movimentos, reduzir a quantidade de apartamentos pela metade.
“Hoje quem veio aqui presenciou uma noite histórica. O fato de estarmos aqui é um voto de confiança. Pergunte para o MST se querem que acabemos com os ricos. Não, não queremos. Mas também não queremos que os ricos acabem com a gente e que nos empurrem de Taboão para Embu, de Embu para Itapecerica, de Itapecerica para Juquitiba e assim por diante, por causa da especulação imobiliária”, discursou o ex-vereador Paulo Félix, militante do MST (Movimento dos Sem-Terra), após a votação que aprovou por unanimidade as mudanças.
A outra mudança no Plano Diretor foi a transformação do terreno da antiga sede da empresa Niasi, perto da região central, em zona mista. Com isso, o local deve abrigar um conjunto de prédios residenciais e comerciais.
O presidente da Câmara dos vereadores, Cido (DEM), resumiu o dia como produtivo e tranquilo. “Na questão que envolve o espaço que era da Niasi, entendemos que essa área é gigante e não vai adensar, por exemplo, a Avenida Armando Andrade e a região do Centro. Pretendemos discutir planos de mobilidade urbana para a cidade”, afirmou o vereador.