Por Allan dos Reis, no Jardim Helena
Não são apenas os vereadores que estão antecipando – e muito – o pleito eleitoral que vai acontecer apenas em outubro de 2020. Na terça-feira passada (dia 18), o prefeito reeleito Fernando Fernandes (PSDB) não evitou falar sobre o tema durante uma entrevista coletiva e garantiu que vai trabalhar para eleger o seu sucessor, que deve ser anunciado após as eleições de 2018.
“Nós vamos fazer sucessor desta vez. Já tenho vários [candidatos]. Seria uma ingenuidade minha e uma falta de experiência política dizer que tenho um candidato agora. Temos pessoas valorosas como o Eduardo Nóbrega, que tem mostrado muita competência, tem o presidente desta casa, o Cido, que é uma pessoa valorosa despontando como grande liderança. Temos o Paulinho. Temos várias pessoas aqui. Estou muito tranquilo que eu vou ter um sucessor”, diz Fernandes, enquanto era observado atentamente pelos vereadores citados.
A estratégia agora é antecipar ao máximo o nome do candidato a sucessão do governo para não repetir o erro das eleições municipais de 2004 quando Fernandes – e seu grupo – passou meses apoiando o então vereador Paulo Félix e – na última hora – mudou de ideia e apoiou a também vereadora na época Arlete Silva, hoje secretária de assistência social, e acabaram derrotados pelo candidato Evilásio Farias, que era deputado federal.
Para isso, Fernandes concorda com o que disse Nóbrega em entrevista recente de que o nome do grupo deve ser escolhido daqui dois anos. “No final de 2018 é o tempo para a gente estar fazendo isso [definindo os nomes] para a gente ter dois anos para trabalhar o nosso nome na sucessão”, completou.
Vigiado pelos vereadores, o atual prefeito comentou a respeito das qualidades que deseja do político que terá o seu apoio para sucedê-lo. São de pesquisas qualitativas para identificar o desejo dos eleitores a fidelidade política.
“Existem as regras pessoais, que são aquelas que me motivam na minha escolha, que vai ser pautada pela lealdade, pela competência, são quesitos importantes. Eu não posso entregar a cidade para uma pessoa que eu não acho que ela esteja preparada para comandar a cidade. Seria uma irresponsabilidade e eu pagaria esse preço no futuro porque seria um governo ruim. […] Agora existem as regras do grupo. Hoje, política é uma coisa muito científica e requer uma estratégia muito refinada. Precisamos fazer pesquisas. E não apenas quantitativa de quem tem mais votos. Não, hoje tem as pesquisas qualitativas”, indicou o prefeito.
Ele promete discutir com os aliados quais serão as regras que os postulantes terão que cumprir para vir a ser o candidato do governo. E, aos que concordarem e depois mudarem de opinião, Fernandes avisa. “A hora que você combinar e todos tiverem de acordo, não pode depois ‘pular fora’ porque se pular está pulando fora do governo”, ameaçou.
Questionado sobre o quanto aumentaria a participação dos vereadores no governo devido a votação muito maior que em 2012, Fernandes diz que “voto não significa maior poder ao vereador” e diz que o “poder dentro do governo é outro. Tem outros quesitos. Lealdade é uma coisa que conta muito para gente em política. Não é um quesito técnico é moral, e tem um valor muito grande”, afirma.
NOVO SECRETARIADO
O prefeito reeleito Fernando Fernandes já deixou claro que vai fazer uma reforma em seu secretariado a partir de 2017. Porém, ele evita tratar do assunto publicamente. “Não quero falar de secretarias agora porque temos um governo em andamento até o dia 31 de dezembro. Falar de mudanças seria desmerecer aqueles que estão ocupando cargos hoje. Mas com certeza vai ser feito”, limitou a dizer.
Na semana logo após a eleição, o vereador e líder do governo Eduardo Nóbrega antecipou que o filho do prefeito Fábio Fernandes, atual secretário de esportes, deve assumir a secretaria de manutenção, visando disputar as eleições de 2018 como deputado federal.